Dissertation
Imageamento de estruturas geoelétricas da litosfera na porção norte da bacia do Paraná pelo método magnetotelúrico
Registro en:
NUNES, Higo Oliveira. Imageamento de estruturas geoelétricas da litosfera na porção norte da bacia do Paraná pelo método magnetotelúrico. Orientador: Maurício de Souza Bologna. 2010. 124 f. Dissertação (Mestrado em Geofísica)-Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
Autor
NUNES, Higo Oliveira
Institución
Resumen
Dissertação Mestrado em Geofísica A Bacia do Paraná abrange a parte sul do Brasil e se estende sobre 1.700.000 km2.
Grande parte de sua espessa (até 4000 m) sequência sedimentar Paleozoica é coberta
por uma sequência de até 1700 m de espessura de derrames basálticos continentais do
Cretáceo, extravasada logo antes da abertura do Atlântico Sul. Embora a época de sua
subsidência e sedimentação seja bem restringida, sua origem e o desenvolvimento ainda
é uma questão de debate, em parte devido à escassez de estudos geofísicos profundos
capazes de fornecer informações detalhadas sobre a composição e a estrutura da
superior e do manto litosférico da bacia. Neste trabalho, a estrutura profunda da parte
norte da Bacia do Paraná foi investigada através da análise de um perfil magnetotelúricos
(MT) posicionado na direção e composto por 24 estações de banda larga (períodos de
0.001 a ~ 400 s) separadas por cerca de 10 km umas das outras. O perfil atravessa uma
anomalia Bouguer negativa, com amplitudes de cerca de 30-15 mGal que tem sido
atribuída na literatura à um sistema de grabens soterrados na base dos sedimentos
paleozoicos da bacia do Paraná. O Modelo geoelétrico proveniente de inversão
regularizada 2D dos dados MT mostra que as sequências vulcano-sedimentar na bacia
são relativamente irregulares em toda a área de pesquisa. Particularmente, um
afundamento de cerca e 500 m foi observada nas camadas vulcânicas-sedimentares na
parte central do perfil ao longo de um trecho de 25 quilômetros de largura e,
aparentemente, sem uma correlação espacial direta com as anomalias Bouguer. Essas
observações parecem indicar que a área foi afetada por um evento tectônico não
necessariamente simultâneo à erupção dos basaltos. A crosta foi imageada como sendo
mais homogênea e resistiva na porção NE do perfil em comparação com a porção
ocidental. Essa diferença se estende até profundidades do manto superior, possivelmente
indicando a existência de uma grande descontinuidade litosférica na área de estudo. Na
porção SW do perfil aparece uma anomalia de baixa resistividade localizada em
profundidades que variam de 6 a mais de 20 km e é espacialmente coincidente com o
mínimo da anomalia Bouguer negativa. Estes resultados podem indicar que a anomalia
gravimétrica negativa é, pelo menos em parte, causada por rochas de baixa resistividade
e/ou baixa densidade na crosta terrestre, em vez de um graben soterrado. A litosfera mais
resistiva pode estar relacionada à um bloco cratônico previamente definido a partir de
anomalias Bouguer residuais de um estudo abrangente na bacia do Paraná.