Artigo Científico
As diferenças clínicas, angiográficas e desfechos do primeiro infarto agudo do miocárdio entre pacientes muito idosos comparados com o restante da população.
clinical presentation, angiography and outcomes of the oldest-old patients compared to the rest of the population with first acute myocardial infarction.
Autor
Dan Itaya, Eduardo
Amin de Córdova, Henrique
Institución
Resumen
Fundamento: O aumento da expectativa de vida da população muito idosa, maiores de 85 anos, e a grande incidência de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) nessa crescente população demonstra a necessidade de estudos envolvendo esse grupo pouco representado na literatura científica.
Objetivo: Determinar as diferenças clínicas, angiográficas e desfechos do primeiro IAM entre pacientes muito idosos (≥85 anos) comparados com o restante da população (<85 anos).
Métodos: Estudo de Coorte prospectivo que avaliou 1012 pacientes hospitalizados por primeiro IAM na Grande Florianópolis. Foram avaliados associações entre grupos etários e fatores de risco, complexidade das lesões coronárias, como escore Syntax, TIMI Frame Count, fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), e desfechos cardiovasculares 30 dias após o IAM. Foram considerados significativos valores de p<0,05.
Resultados: Os pacientes muito idosos apresentaram maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS)(90,0% vs. 57,8%)(p=0,004), menor prevalência de uso de álcool (10,0% vs. 32,2%)(p=0,035). Nenhum dos pacientes muito idosos relatou tabagismo (0% vs. 35,2%)(p=0,001). Nos desfechos cardiovasculares em 30 dias após o IAM, os pacientes muito idosos tiveram maiores taxas de reinternação (17,6% vs. 5,5%)(p=0,034), de AVC (5,9% vs. 0,6%)(p=0,009) e de Evento Combinado (23,5% vs. 8,9%)(p=0,039).
Conclusões: Pacientes muito idosos tiveram maior prevalência de HAS, menor uso de álcool e menor prevalência de tabagismo. Apresentaram maiores taxas de reinternação, AVC, e Evento Combinado em 30 dias quando comparados com pacientes não muito idosos (<85 anos). Sem diferença quanto aos indicadores de complexidade coronariana, de reperfusão coronária e de disfunção ventricular no pós infarto.