Artigo Científico
Sentidos atribuídos por profissionais técnicas de um CREAS/PAEFI da Grande Florianópolis aos atendimentos realizados nesse equipamento às mulheres em situação de violência doméstica
Autor
Santos, Larissa Aparecida Alves dos
Institución
Resumen
A presente pesquisa propôs problematizar os sentidos atribuídos por profissionais técnicas de um CREAS/PAEFI da Grande Florianópolis aos atendimentos oferecidos nesse equipamento às mulheres em situações de violência doméstica. Buscou-se compreender como as profissionais que compõem uma equipe interdisciplinar de um CREAS/PAEFI realizam os atendimentos às mulheres em situação de violência doméstica. Trata-se de uma pesquisa de abordagem exploratória, de natureza qualitativa e de corte transversal. Ao todo foram entrevistadas cinco profissionais técnicas: duas psicólogas, duas assistentes sociais e uma pedagoga. A análise das entrevistas foi realizada tendo como referência teórico-metodológica a metodologia de análise das práticas discursivas e de produção de sentidos, tal como proposta por Spink (2004). O conteúdo das entrevistas foi organizado a partir das seguintes categorias de análise: 1) “a gente acostuma, mas a gente não pode naturalizar”: sentidos atribuídos à violência doméstica contra a mulher; 2) “se é por documento a gente prioriza”: o fluxo de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica; 3) “é pra chorar agora?”: articulação da rede socioassistencial; 4) “o olhar da assistência pra mulher vítima de violência é mínimo”: o atendimento realizado às mulheres em situação de violência doméstica e 5) “a gente achava que o homem era um monstro, mas na verdade era alguém precisando de ajuda”: o atendimento realizado aos autores das violências. As análises indicaram que a atuação profissional em casos de violência doméstica demanda articulações complexas com a rede socioassistencial, que nem sempre funciona adequadamente. Em relação aos atendimentos, observou-se que eles visam ao empoderamento, à autonomia, à orientação, à conscientização acerca das violências. Além disso, também se constatou a percepção, por parte das entrevistadas, de uma escassez e baixa efetividade de políticas públicas voltadas às mulheres em situação de violência doméstica na região.