Este estudo buscou avaliar os impactos da pandemia de COVID-19 em pessoas com transtornos alimentares, tendo em vista a gravidade deste grupo de transtornos mentais, e o potencial risco do contexto da pandemia para o agravamento e/ou desenvolvimento de sintomas. Verificou-se sinais e sintomas do transtorno alimentar antes da pandemia, identificando mudanças no comportamento alimentar, e alterações nos sinais e sintomas do transtorno alimentar, bem como a presença de comorbidades e prováveis interferências no tratamento do transtorno alimentar nesse período. Foi realizada uma pesquisa de campo, qualitativa, e exploratória com vinte e cinco pessoas. Os participantes foram selecionados por acessibilidade, através do método snowball, para responder a um questionário online com perguntas abertas e fechadas. Os dados foram analisados através do método de análise de conteúdo. Os resultados mostraram que o contexto da pandemia teve impacto significativo para a maioria dos participantes indicado pelo aumento e intensidade dos sintomas dos transtornos alimentares relatados, bem como pela manifestação e/ou agravamento de sintomas depressivos e ansiosos. Além disso, verificou-se que doze participantes têm comorbidades, dos quais oito já tinham diagnóstico antes da pandemia e quatro foram diagnosticados ao longo da pandemia. Com relação a interrupções no tratamento para o transtorno alimentar, 36% interrompeu e 44% relatou nunca ter feito. Portanto, a falta de diagnóstico e de tratamento é preocupante pois o transtorno pode agravar-se, podendo levar à cronificação, ou prejuízos severos à saúde em geral.