O presente projeto teve como objetivo investigar as manifestações sociopsicológicas acerca da prática do Chemsex (sexo químico em tradução livre), que consiste no uso de substâncias psicoativas para fins sexuais (Drevin et al., 2021). Esta prática está ganhando cada vez mais adeptos, principalmente dentro da comunidade LGBTQIAP+, dentre as motivações citadas pelos praticantes estão inclusas o aumento do prazer sexual, da duração do ato sexual, aumento da autoestima, perda da inibição e encorajamento dos praticantes a realizarem atos sexuais mais desafiadores. Em contrapartida, há diversos relatos de dependência da substância psicoativa escolhida pelo praticante, exposição à ISTs e ao vírus HIV, além de estar vulnerável a ferimentos, principalmente nas regiões íntimas, durante o ato sexual. Identificar a forma que os participantes fazem uso das drogas durante o sexo, seja ela moderada ou imoderada, é parte dos objetivos específicos que a dupla alcançou. A pesquisa consistiu de 28 participantes, sendo necessariamente homens gays, homens bissexuais e homens que fazem sexo com outros homens (HSH), maiores de idade; foram excluídos da pesquisa os participantes que recusaram-se a responder a algum dos questionários elaborado pelos autores. Os respondentes foram submetidos a três questionários, sendo o primeiro sociodemográfico, o segundo sobre o uso de drogas e a prática sexual do respondente, e o terceiro com perguntas abertas acerca da percepção do indivíduo sobre a prática do Chemsex. Os dados obtidos por meio dos questionários foram investigados de maneira qualiquantitativa, sendo fornecidos dados numéricos que refletem o contexto sociodemográfico e a maneira com que o entrevistado lida com as drogas e também com o sexo. A parte qualitativa foi analisada por meio do Discurso do Sujeito Coletivo (Figueiredo et al., 2013), que consiste na análise do material verbal ressaltando ideias centrais e expressões chaves em cada discurso, para no fim constituir um discurso-síntese coletivo sob o viés psicanalítico. Ao final do trabalho é possível refletir não somente sobre a prática do chemsex e as diversas maneiras de alcançar o prazer, mas também a pensar criticamente sobre a influência sócio-histórica a qual estamos inseridos e as articulações que se estendem para diversos contextos de nossas vidas.