Monografia
Abordagem fisioterapêutica nas disfunções sexuais femininas: revisão integrativa
Autor
Santos, Maria Ederlane de Jesus
Institución
Resumen
As mulheres, através de um processo cultural, histórico e político denominado
Feminismo, alcançaram independência e autonomia para tomar decisões sobre sua
vida social, e também direito para decidir sobre seu próprio corpo. Nesse processo,
com a busca de instruções sem a manipulação do sistema patriarcal, a mulher
descobriu que o corpo feminino pode sentir prazer, desejo e satisfação sexual, que,
quando isso não ocorre, precisa ser investigado e tratado, pois pode se tratar de uma
disfunção sexual, que são desordens na resposta sexual, que podem acontecer de
várias formas e estão ligadas à falta ou diminuição de resposta em um dos domínios
da resposta sexual, que são: excitação, platô, orgasmo e resolução, os quais podem
estar relacionados a alterações anatômicas, patológicas ou psicológicas. Este
trabalho tem como objetivo discutir sobre as intervenções fisioterapêuticas nas
disfunções sexuais, entender como elas ocorrem e compreender a anatomia feminina
e as alterações geradas por causa das disfunções sexuais. Foi realizada uma revisão
integrativa da literatura entre os meses de fevereiro e junho de 2022, utilizando como
descritores “disfunção sexual”, “saúde mulher”, “atuação fisioterapêutica”,
“vaginismo”, “anorgasmia”, “dispareunia”, “incontinência urinária”, “vulvodínia”, em
idiomas como português e inglês. Foram incluídos estudos entre os anos de 2012 e
2020, com exceção de obras clássicas anteriores a 2022, nas bases de dados
LILACS, MEDLINE/PubMed e SciELO. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
considera as disfunções sexuais femininas como um problema de saúde, e o
fisioterapeuta é um profissional de primeiro contato que pode agir na identificação,
prevenção, avaliação e no tratamento dessas disfunções. A fisioterapia dispõe de
recursos simples e de baixo custo que se mostram eficazes para o tratamento dessas
disfunções. A maioria das disfunções sexuais é causada por alterações hipotônicas e
hipertônicas dos músculos do assoalho pélvico e o fisioterapeuta usa técnicas como
os exercícios de Kegel para fortalecer, relaxar e promover conscientização da
contração consciente desses músculos, além de usar técnicas como terapia manual
e eletroterapia no tratamento das dores causadas pelas disfunções. A equipe
multidisciplinar é muito importante no acompanhamento das mulheres com disfunções
sexuais e o atendimento biopsicossocial é fundamental para uma resposta positiva ao
tratamento. É necessário preparar os profissionais para o manejo ideal na
identificação das mulheres com disfunção sexual, pois a maioria se sente
constrangida em abordar o assunto e, muitas vezes, a disfunção só é descoberta após
agravos, o que prejudica a resposta ao tratamento. Portanto, é possível constatar que
o fisioterapeuta participa ativamente da abordagem, identificação, prevenção,
avaliação e do tratamento das disfunções sexuais femininas, dispondo de recursos
simples e eficientes voltados para devolver a função sexual dessa mulher e melhorar
sua qualidade de vida. Women, through a cultural, historical and political process called Feminism, got
independence and autonomy to make decisions about their social life, and also the
right to decide about their own bodies. In this process, with the search for instructions
without the manipulation of the patriarchal system, the woman discovered that the
female body can feel pleasure, desire and sexual satisfaction, which, when this doesn’t
occur, needs to be investigated and treated, because it can be a sexual dysfunction,
which are disorders in the sexual response, which can happen in several ways and are
linked to the lack or decrease of response in one of the domains of the sexual answer,
which are: excitation, plateau, orgasm and resolution, which may be related to
anatomical, pathological or psychological changes. This work has as objective to
discuss about physiotherapeutic interventions in sexual dysfunctions, to understand
how they occur and to comprehend the female anatomy and the changes generated
because of sexual dysfunctions. An integrative literature review was carried out
between February and June 2022, using as descriptors ‘sexual dysfunction’, ‘women’s
health’, ‘physiotherapeutic performance’, ‘vaginismus’, ‘anorgasmia’, ‘dyspareunia’,
‘urinary incontinence’, ‘vulvodynia’, in languages such as Portuguese and English.
Studies between the years 2012 and 2020 were included, with the exception of classic
works prior to 2022, in the LILACS, MEDLINE/PubMed and SciELO databases. The
World Health Organization (WHO) considers female sexual dysfunctions as a health
problem, and the physiotherapist is a first contact professional who can act in the
identification, prevention, evaluation and treatment of these dysfunctions.
Physiotherapy has simple and low-cost resources that are effective for the treatment
of these disorders. Most sexual dysfunctions are caused by hypotonic and hypertonic
changes to the pelvic floor muscles and the physiotherapist uses techniques such as
Kegel exercises to strengthen, relax and promote awareness of conscious contraction
of these muscles, in addition to use techniques such as manual therapy and
electrotherapy treatment of pain caused by dysfunctions. The multidisciplinary team is
very important in the follow-up of women with sexual dysfunctions and biopsychosocial
care is essential for a positive response to treatment. It is necessary to prepare
professionals for the ideal management in the identification of women with sexual
dysfunction, as most of them feel embarrassed to address the subject and, often, the
dysfunction is only discovered after injuries, which damage the answer to the
treatment. Therefore, it is possible to verify that the physiotherapist actively participates
in the approach, identification, prevention, evaluation and treatment of female sexual
dysfunctions, having simple and efficient resources aimed at restoring this woman’s
sexual function and improving her quality of life.