Artigo Científico
O tratamento da depressão por meio da atenção plena: uma possibilidade a partir da perspectiva cognitivo-comportamental
Autor
Reis, Eloisa Vieira de Araujo
Institución
Resumen
Estratégias terapêuticas para o tratamento da depressão vêm sendo amplamente estudadas. Os princípios e técnicas orientais despertaram interesse dos pesquisadores, especialmente da área da saúde mental, para encontrar novas formas eficazes para o tratamento de diversos transtornos mentais, dentre eles destaca-se a depressão. A presente pesquisa teve como objetivo analisar como a atenção plena pode contribuir no tratamento da depressão, na perspectiva cognitivo-comportamental, enfatizando a compreensão da depressão, as características da prática da atenção plena e como ela pode ser usada para o tratamento da doença. Foi utilizado o referencial conceitual de Aaron T. Beck que estuda a depressão a partir do modelo cognitivo. Esse modelo propõe três conceitos específicos para entender a configuração psicológica da depressão: tríade cognitiva, esquemas e erros cognitivos. A pesquisa foi bibliográfica, qualitativa e de caráter exploratório. Foram utilizadas as bases de dados dos Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), do Scientific Electronic Library Online (SciELO) e da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). O instrumento de coleta de dados foi um roteiro pré-definido para sistematizar a busca de dados secundários e registro dos resultados obtidos. Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo que visou identificar e descrever de forma sistemática, objetiva e qualitativa os conteúdos contidos nos artigos. A partir dos resultados foi possível verificar que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ser uma alternativa para o tratamento da depressão. Dentro desse contexto encontram-se as chamadas terceiras ondas da TCC, onde temos a atenção plena como uma área de estudo que vêm sendo amplamente explorada para o tratamento de diversos transtornos mentais, bem como para a melhoria da qualidade de vida de indivíduos não clínicos. A principal conclusão é que a prática e as intervenções baseadas na atenção plena são efetivas quando consideradas as especificidades de cada população em que a técnica será aplicada. Os benefícios da atenção plena versam sobre o desenvolvimento de diversas habilidades nos indivíduos e auxiliam na autorregulação, na melhora do processo atencional, no controle dos níveis de cortisol e nas alterações cerebrais importantes para as mudanças comportamentais e cognitivas. Recomenda-se mais estudos sobre o tema, considerando o baixo número de publicações em português e a alta disseminação da prática da atenção plena no senso comum. Pesquisas futuras são necessárias e poderão consolidar os resultados encontrados até o momento.