Artigo Científico
Acinetobacter baumannii: epidemiologia e perfil de resistência de isolados de infecções nosocomiais.
Autor
Santos, Daniela
Institución
Resumen
Acinetobacter baumannii é uma bactéria que acomete pacientes imunocomprometidos em ambientes de cuidados intensivos, causando infecções incluindo bacteremia, pneumonia associada ao respirador (VAP), meningite, infecção do trato urinário, infecção relacionada ao cateter venoso central e infecção por feridas. A principal forma de permanência e transmissão nos hospitais é por equipamentos médicos usuais e pelos profissionais de saúde, assim como dos doentes infectados, através da transferência horizontal; e os mecanismos de resistência adquiridos aos antimicrobianos são: perda ou alterações na estrutura de porinas, atividade de bombas de efluxo e ação de betalactamases (carbapenemases). Apresenta também, resistência a múltiplos agentes antimicrobianos, incluindo carbapenêmicos e polimixinas, e, portanto, é considerada uma bactéria resistente a multidrogas (MDR) ou pandrug (PDR). Os principais mecanismos de resistência a drogas descritos nessa espécie são: produção de porinas, cápsulas polissacarídeos, enzimas fosfolipases, vesículas de me mbrana externa, sideróforos e os PBPs. O aumento da resistência antimicrobiana é impulsionado pelo aumento significativo no uso de antibióticos em humanos, pecuária e agricultura e ao uso inadequado (sub-dosagem e sobre prescrição). E para agravar, menos antibióticos estão sendo desenvolvidos pelas indústrias farmacêuticas. Reforça-se ainda a sua resiliência contra as medidas tradicionais de limpeza e a fácil transmissão prejudicam sua eliminação. Devido a sua ascensão e persistência em ambientes hospitalares, o custo clínico e financeiro é exorbitante para o sistema de saúde. Embora o controle de infecções tenha um papel importante na redução da disseminação de organismos de surtos, nem sempre é bem-sucedido. Dada a magnitude e os custos associados às infecções hospitalares adquiridas, e o aumento de organismos multirresistentes, vale a pena reavaliar nossas abordagens atuais e procurar alternativas ou adjuntos para terapias tradicionais de antibióticos.