O presente artigo tem por objetivo verificar a possibilidade de análise do surgimento e desenvolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) como um ator não-estatal violento (ANEV) a partir da comparação com a formação dos Estados-nacionais europeus, pela perspectiva teórica da sociologia histórica proposta por Charles Tilly. Argumenta-se que este modelo teórico apresenta contribuições relevantes para o entendimento da formação de atores não estatais violentos como o PCC, mas o surgimento de tais grupos não segue a mesma lógica da constituição do Estado-nação, já que ele não surge de guerras interestatais como no caso estatal, mas se origina em torno da dinâmica da competição e da violência. A metodologia adotada é de caráter qualitativo, por meio da revisão bibliográfica e pesquisa documental. O artigo será dividido em duas seções, a se saber: a) A formação do Estado a partir da Sociologia Histórica de Tilly; e b) Atores Não Estatais Violentos: O caso do Primeiro Comando da Capital.