Monografia
A inexistência de critérios objetivos para fixação do dano moral coletivo ambiental
Autor
Rodrigues, Jonathan Silvy
Institución
Resumen
Atualmente não raras as vezes nos deparamos com debates acerca de violações ao meio ambiente, seus efeitos e medidas com finalidade de solucionar um problema ancestral perante a degradação deste bem público, hoje, elevado ao patamar de direito fundamental. Foi também com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 que adveio o direito à personalidade, antes desconsiderado pelo legislador constituinte. Neste traçar, com a inovação trazida por nossa Lei Maior, iniciou-se uma intensa busca de indenizações perante o Poder Judiciário, em um primeiro momento, diante de lesões ocasionadas aos indivíduos, de natureza física. Com a evolução dos direitos coletivos, resultado de inúmeros movimentos sociais, passou-se a pleitear, por intermédio de ações destinadas à proteção dos direitos transindividuais, a fixação de dano moral também em casos onde a violação atingisse um grupo de pessoas, determinadas ou não. De início, o Superior Tribunal de Justiça sedimentou o entendimento de que o instituto do dano moral seria incompatível com a ideia de coletividade, uma vez que vinculado à um direito personalíssimo. Com o avançar da jurisprudência, e a prática reiterada de condutas agressoras do meio ambiente, seguiu-se no caminho da aceitação de tal aplicabilidade, principalmente com embasamento em princípios basilares do Direito Ambiental. Ainda hoje, o tema propicia diversas discussões jurídicas acerca de sua legalidade, onde de um lado se busca a reparação integral do dano, e de outro a legalidade estrita. Deste modo, serve a presente pesquisa para demonstrar as dificuldades encontradas no arbitramento do quantum indenizatório, o que se dá principalmente pela falta de parâmetros legais objetivos que tratem sobre. Para possibilitar a indicada análise, discorreu-se sobre o surgimento dos primeiros movimentos e normas ambientais no cenário internacional, com posterior inserção no ordenamento jurídico brasileiro. Em ato contínuo, abordou-se acerca do dano ao meio ambiente, este dividido em natural, cultural e artificial, bem como as esferas de responsabilizações decorrentes de ato ilícito ambiental. Já no quarto capítulo, encaminhando-se ao término do trabalho, aventou-se sobre o instituto do dano moral e sua incidência em âmbito coletivo, por intermédio da Ação Civil Pública, possibilitando a apreciação do objeto principal desta pesquisa. Por fim, no que tange à metodologia empregada, utilizou-se do método dedutivo, tratando-se de uma pesquisa explicativa, e acerca da técnica de pesquisa fora utilizada a bibliográfica, usando ainda a legislação vigente e julgados provenientes do Superior Tribunal de Justiça.