Introdução: A transição demográfica é um processo observado em escala mundial e resulta no aumento populacional das faixas etárias superiores a 60 anos. Com o envelhecimento do organismo, somam-se as patologias crônicas e o uso de medicamentos para seu controle. Dentre essas patologias destacam-se os transtornos do humor e de ansiedade, que apresentam alta prevalência nesta faixa etária. Os benzodiazepínicos estão entre as classes farmacológicas de maior consumo mundial e, na Atenção Primária à Saúde, são utilizados principalmente por seu efeito ansiolítico e sedativo. O presente estudo buscou avaliar o perfil sociodemográfico dos idosos usuários de benzodiazepínicos em uma Estratégia Saúde da Família no município de Tubarão, Santa Catarina. Métodos: Estudo epidemiológico transversal realizado pela técnica de revisão de prontuários, aplicado em 182 idosos da Estratégia Saúde da Família Oficinas I, situado no bairro Oficinas, na cidade de Tubarão, Santa Catarina. Resultados: Foram encontrados que 74,18% dos idosos eram do sexo feminino, 48,9% casados, 39,01% tinham ensino fundamental completo ou médio incompleto, com média de idade de 72,04 (DP± 9,02). Além disso, verificou-se que 93,96% utilizava apenas 1 tipo de benzodiazepínico, 65,38% usava-os por mais de 5 anos, 74,73% apresentava polifarmácia e 89,01% realizava consulta bimestralmente para renovação de receitas. Conclusões: A utilização de benzodiazepínicos pelos idosos se apresentou como inadequada, principalmente pelo uso crônico, configurando-se como desafio à qualidade da assistência à saúde dessa população.