Dissertação
Efeitos do uso prévio de propionato de testosterona sobre a morfologia do músculo gastrocnêmio de ratos Wistar adultos submetidos ao treinamento resistido
Autor
Carmo, Ítalo Márcio Lourenço do
Institución
Resumen
Para alcançar o aumento da força e massa muscular, tanto atletas de alto
rendimento quanto praticantes recreacionais utilizam o treinamento resistido (TR)
como forma de buscar tais desfechos. Além disso, estratégias, como o uso de
esteroides androgênicos anabolizantes (EAA), são utilizadas concomitantemente com
o TR para potencializar o efeito sobre o aumento da massa muscular. Entretanto, não
está claro na literatura científica se a administração prévia de EAA potencializaria as
alterações morfofuncionais adquiridas durante um período a posteori de TR. Sendo
assim, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos do uso prévio de EAA
associado ao TR sobre a morfologia do músculo gastrocnêmio de ratos Wistar jovens.
Ratos Wistar machos, com idade entre 3 à 4 meses, foram divididos em 4 grupos:
grupo CI - controle inicial dos procedimentos. (n = 7); grupo CT4 – controle
experimental submetido à administração prévia de propionato de testosterona durante
4 semanas (n = 7); grupo TRT - administração prévia de propionato de testosterona
durante 4 semanas e submetidos ao protocolo de treinamento resistido (n = 7); grupo
RT - submetidos ao protocolo de treinamento resistido (n = 7). Inicialmente, todos os
grupos foram submetidos ao protocolo de adaptação ao equipamento de treinamento,
familiarização e testes de carga carregada máxima (TCCM). O TCCM foi aplicado
antes e após o período de TR. O TR (10 escaladas/sessão, carga de 60%TCCM,
3x/semana, 120 segundos de pausa) foi realizado em modelo de treinamento resistido
em escada (TRE) durante 10 semanas. A administração de propionato de testosterona
(PT) foi feita 2x/semana com dose de 10 mg/kg do animal. Os grupos CT4, e TRT,
foram submetidos a administração prévia de EAA somente por 4 semanas. Após o
período de experimentação, os animais foram eutanasiados em câmara de gás, e o
músculo gastrocnêmio do membro inferior direito retirado e preparados para análise
em microscopia de luz e histoquímica. Logo após o término do TRE, quantificamos a
carga máxima carregada e a razão peso do músculo/peso corporal do animal. Para
as análises morfológicas usamos a morfometria para medir a área de secção
transversa das fibras do tipo I, IIa e IIx e estereologia para estimar a densidade
numérica das fibras do tipo I, IIa, IIx e mionúcleos. Os dados foram analisados
estatisticamente usando média e desvio padrão. Para comparar o peso corporal inicial
e final de cada grupo utilizamos análise de variância de duas vias (2-way ANOVA post
hoc Bonferroni). Para comparar a massa muscular entre os grupos usamos análise de
variância para uma via (1-way ANOVA post hoc Tukey). Para comparar os grupos TRT
e RT no desfecho volume total de carga final utilizamos teste-t de Student para
amostras independentes. Para comparação do volume de carga e carga por escalada
ao longo das 10 semanas de TRE entre e dentro dos grupos TRT e RT usamos 2-way
ANOVA para medidas repetidas (post hoc Tukey). Para comparar os momentos T1,
T2 e T3 do TCCM dentro e entre os grupos TRT e TR, utilizamos 2-way ANOVA para
medidas repetidas (post hoc Tukey). Para análise dos desfechos ASTf e N/f,
utilizamos 1-way ANOVA (post hoc Tukey). Os seguintes resultados significativos
foram encontrados: 1) a administração de PT por 4 semanas aumentou a razão N/f
sem alterar o tamanho da ASTf do músculo Gastrocnêmio e a capacidade de carregar
carga dos roedores; 2) a administração de PT não alterou a massa da próstata e nem
testículos dos roedores; 3) a administração prévia de PT, por curto prazo,
potencializou o aumento da ASTf média do Gastrocnêmio após 10 semanas de TRE.
Assim, podemos concluir que a administração de PT, por curto prazo, prévia ao TR é
capaz de elicitar maior razão N/f e tamanho da ASTf média do músculo Gastrocnêmio
de ratos Wistar adultos jovens do que treinamento resistido isolado.