Artigo Científico
Fatores de risco e desfecho clínico em pacientes usuários ou não de drogas ilícitas após o primeiro infarto agudo do miocárdio
Risk factors and clinical outcomes in drug and not drug users after the first acute myocardial infarction.
Autor
Martins, Arthur Militz Wypyczynski
Vizzotto, Gabriel Nessler
Institución
Resumen
Fundamento: O consumo de drogas ilícitas é uma importante questão de saúde pública dado seu uso disseminado e potencial para causar complicações graves como o infarto agudo do miocárdio.
Objetivo: Comparar os fatores de risco e o desfecho clínico dos pacientes usuários e não usuários de drogas anterior ao primeiro infarto agudo do miocárdio atendidos em centros especializado do sistema público de saúde.
Metodologia: Estudo observacional transversal, utilizando os dados do Catarina Heart Study, uma coorte com pacientes com diagnóstico de primeiro infarto de Santa Catarina, sendo os pacientes foram separados em dois grupos, usuários e não usuários de drogas, e comparados quanto aos fatores de risco e a evolução clínica.
Resultados: O estudo analisou 1012 pacientes, dos quais 68,6% eram homens e com média de idade de 60,3 ± 11,5 anos. Do total, 3,4% reportaram uso regular de algum tipo de droga. Houve associação entre o uso de drogas e menor idade média (48,3 ± 9,3 vs. 60,7 ± 11,3, p<0,001), sexo masculino (85,5% vs. 68,0%, p=0,033), tabagismo (70,6% vs. 33,1%, p<0,001), etilismo (52,9% vs. 31,0%, p=0,007), ausência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) (35,3% vs. 59,3%, p=0,005) e ausência de diabetes mellitus (DM) (2,9% vs. 26,3%, p=0,002). Não houve associação entre o uso de drogas e mortalidade, maior TIMI frame count, maior Syntax score, disfunção ventricular esquerda (FEVE) e com a ocorrência de complicações em 30 dias.
Conclusão: O grupo de usuários de drogas possui menor idade, maior prevalência do sexo masculino, alcoolismo e tabagismo e menor prevalência de HAS e DM. Não houve diferenças quanto a mortalidade, novos eventos cardiovasculares, disfunção ventricular esquerda pós IAM, complexidade das lesões e fluxo coronariano pós angioplastia primária.