Artigo Científico
Evolução clínica dos pacientes em UTI com COVID-19: impactos da anticoagulação sob parâmetros críticos.
Autor
Oliveira, Laylla Hanna Rocha Torres
Institución
Resumen
Introdução: A doença do coronavírus 19 (COVID-19) tem como alvo principal o sistema respiratório e evolui para forma grave em até 16% dos casos hospitalizados, com a instalação de transtornos tromboembólicos, sepse e morte. Nos casos graves há um “aumento tempestuoso” de citocinas pró-inflamatórias que desencadeiam distúrbios nas vias da coagulação e tromboembolismo. O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução de pacientes com COVID-19, internados em unidade de terapia intensiva (UTI), observando os impactos da anticoagulação em pacientes com parâmetros críticos.
Métodos: Estudo transversal, realizado com a revisão de prontuários de pacientes internados em UTI, com diagnóstico confirmado de COVID-19, no período compreendido entre março e dezembro de 2020, em um hospital geral no sul do Brasil.
Resultados: Dentre os 231 pacientes analisados, observou-se letalidade de 66,2%. Dentre os achados mais relevantes associados à óbito estão a presença de cardiopatia e hipertensão arterial sistêmica (HAS) prévia, evolução clínica com insuficiência renal e clearance <30 e hiperbilirrubinemia. Dos 103 pacientes internados que estavam com anticoagulação sob parâmetros críticos, 88 evoluíram com óbito.
Conclusões: Foram associados à mortalidade a idade avançada (≥ 60 anos), presença de comorbidades, complicações durante a internação, alterações laboratoriais e evolução com hepatite transinfecciosa. Anticoagulação inadequada foi associada à maior taxa de óbito, com evolução clínica entre admissão em UTI e desfecho fatal após duas semanas de infecção.