O presente trabalho visa apresentar uma reflexão acerca do direito de imprensa versus dois princípios do processo penal, quer sejam: princípio da presunção da inocência e a paridade de armas, nos casos em que a competência da decisão estará nas mãos do Tribunal do Júri. Busca-se entender se as coberturas jornalísticas que acontecem ainda na fase do inquérito policial são capazes de influenciar nas decisões do júri ou se o princípio da presunção da inocência resta preservado e os membros do corpo de jurados são capazes de decidir com imparcialidade. Fato é que a população se satura com histórias e notícias acerca de casos criminais, da vida pregressa do acusado e da vítima, com juízos de valor pré-concebidos. Objetiva-se concluir até que ponto o jornalismo investigativo e a cobertura midiática acerca de casos criminais ofendem aos princípios supracitados, e a contribuição da imprensa na formação do senso comum do direito penal do inimigo, que desta forma “seleciona” determinados indivíduos acusados ou suspeitos do cometimento de crimes para uma punição com todo rigor da lei. Utilizando-se de meios de pesquisa como artigos acadêmicos, livros e documentários, far-se-á uma análise geral sobre o surgimento do Jornalismo Investigativo no Brasil e seus objetivos, bem como a própria imprensa percebe sua responsabilidade ética no mundo. A análise histórica sobre o Tribunal do Júri no Brasil permitirá examinar como o instituto é visto no exercício da democracia, bem como os princípios que o norteiam.Ao examinar aos princípios da inocência e paridade de armas no Código de Processo Penal questionar-se-à qual a responsabilidade da mídia neste processo, culminando na análise de casos concretos na busca de deslindar o questionamento apresentado.