O presente trabalho pretende analisar o conflito entre o direito fundamental à liberdade e o direito fundamental à saúde no contexto da pandemia da COVID-19 e os reflexos dessa sobreposição no bem-estar coletivo. Ainda, destacar a importância de compreender possíveis caminhos morais e éticos para garantir a harmonia entre esses direitos, levando em consideração até que ponto é possível que o Estado, através do executivo, legislativo e judiciário interfiram em ambas as esferas, inclusive no que se refere à coerção. A intenção do trabalho é compreender o impacto causado pela conduta de cada indivíduo para o bem-estar da coletividade, bem como os limites da capacidade de coerção e influência do Estado para garantir a harmonia entre ambas as esferas de direitos, com destaque à imposição da obrigatoriedade da vacinação, enquanto única saída conhecida para conter o agravamento da pandemia. Para isso, pretende-se utilizar de uma análise ética desse contexto através dos olhares de grandes nomes da filosofia moral a partir do século XVIII, sob a perspectiva das éticas consequencialistas, principiológicas e libertárias.