Dissertação
Sobrevida após primeiro episódio de infarto do miocárdio
Autor
Cegielka, Rafael
Institución
Resumen
Introdução: O infarto agudo do miocárdio (IAM) representa uma das principais causas de morte em muitos países, inclusive no Brasil. Estimar a sobrevida dos pacientes após primeiro IAM permite melhor avaliação da efetividade da atenção em saúde e das ações para redução da morbimortalidade.
Objetivo: Estimar a taxa global de sobrevida em um ano, de sobrevida livre de ocorrência de Eventos Cardiovasculares Adversos Maiores (MACE) e de sobrevida livre de ocorrência de reinternação de pacientes em um ano após o primeiro IAM.
Métodos: Estudo de coorte prospectiva envolvendo 689 pacientes com primeiro episódio de IAM de dois centros de referência de Santa Catarina entre agosto de 2016 e março de 2022. Os pacientes foram avaliados à chegada aos hospitais e tratados de acordo com protocolos específicos de cada serviço, reavaliados em consultas ambulatoriais ao final do primeiro e do décimo segundo mês. Aqueles que durante o acompanhamento foram a óbito, apresentaram MACE ou foram reinternados foram considerados falhas e os demais foram censurados ao final do período. As variáveis independentes foram sexo e faixa etária. Foi utilizado o estimador de Kaplan-Meier de função de sobrevida e da taxa de falha e o teste de log-Rank para observar diferenças em relação ao sexo e faixa etária.
Resultados: A idade média dos pacientes foi de 60,0±11,0 anos, sendo 67,9% homens. Casos de IAM com supradesnivelamento ST foram 50,7%. A taxa global de sobrevida foi de 96,2%, com tempo médio de ocorrência de óbito de 12,6 meses. A taxa de sobrevida sem ocorrência de MACE foi de 90,9%, tempo médio de 12,2 meses. Em ambos, o tempo foi estatisticamente superior naqueles com idade até 59 anos, sem diferença entre sexos. A taxa de sobrevida sem ocorrência de reinternação foi de 83,3%, tempo médio de 9,9 meses, sem diferença entre faixas etárias e sexo.
Conclusão: A taxa de sobrevida global em um ano após o primeiro IAM foi de 96,2%, com tempo médio de óbito maior em pacientes com idade até 59 anos. A taxa de sobrevida livre de MACE foi de 90,9% com tempo médio de ocorrência maior em pacientes até 59 anos. A taxa de sobrevida livre de reinternação foi de 83,3% sem diferença entre faixas etárias. Não foram observadas diferenças entre sexos.