Dissertação
Efeito do intervalo de recuperação fixo e auto selecionado no treinamento de força: novas perspectivas na prescrição
Autor
Santana, Wilian de Jesus
Institución
Resumen
INTRODUÇÃO: Nas últimas décadas o intervalo de recuperação entre séries e
exercícios, recebeu atenção dos pesquisadores de treinamento de força, o que tem
contribuindo no entendimento dessa variável em relação a manutenção do
rendimento, em especial da carga durante o treinamento de musculação. Entretanto,
mesmo com a recomendação do intervalo de recuperação, sabe-se que cada
indivíduo responde de modo específico ao estimulo do treinamento. Desta forma, a
pergunta geradora foi: Por que manter o intervalo fixo de recuperação para pessoas
com nível de treinamento e intensidades diferentes de treinamento? OBJETIVO: O
presente estudo analisou a relação entre o número total de repetições no treinamento
de musculação em adultos treinados, submetidos a intervalo de recuperação
determinado e auto selecionado. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Foram
realizadas duas análises que permitiram observar o fenômeno em questão sendo:
análise 1, realizamos pelos critérios metodológicos uma revisão sistemática e meta-
análise, na comparação do intervalo de recuperação fixo e auto selecionado em
função do volume de treino, identificado pelo número de repetições realizados em
programa de musculação. Durante o período de março a julho de 2020, foram
analisados os registros de 3 bases de dados eletrônicas (Pubmed, Biblioteca Virtual
da Saúde BVS, Ebsco Sportdiscus), combinando as palavras “treinamento de
resistência, exercício resistido, e exercício de força”, “intervalo de recuperação,
intervalo de descanso, intervalo de recuperação, intervalo auto sugerido, intervalo
auto selecionado” com combinação “AND” e “OR”. Os dados reunidos de 05 estudos
mostraram um grande efeito significativo a favor do grupo experimental (>2 minutos)
(MD: 1.24; 95%-IC [0.78; 1.71]; z: 5.25, Q:1.08; p < 0.01). As intervenções foram
conduzidas para comparar o efeito dos intervalos de recuperação que continham
tempos >2 minutos e <2 minutos entre séries A meta análise demonstrou maior efeito
a favor do intervalo de recuperação >2 minutos, uma vez que nos estudos em questão,
esse intervalo de recuperação possibilitou maior volume de treino. Os estudos aqui
apresentados demonstraram que o intervalo de recuperação entre 3 e 4 minutos são
eficazes entre séries para treinamento de força com intensidades altas. A análise 2,
foi desenhada na comparação entre o efeito do intervalo de recuperação auto
selecionado e o intervalo determinado, em relação ao volume de treinamento de
musculação em diferentes intensidades (60, 75 e 90% de 1-RM) nos exercícios supino
e leg press. RESULTADOS: Encontramos redução de 68,54% no número de
repetições na intensidade baixa em relação intensidade alta no exercício supino e
25,11% no leg press entre as séries com aumento do intervalo de recuperação auto
selecionada em 78,93% e 37,55%, respectivamente. Em relação a percepção
subjetiva de esforço, e percepção de prazer, associada à satisfação do praticante e
na escala de dor associada ao desconforto não houve diferença significante entre as
intensidades nos dois exercícios. CONCLUSÃO: Intervalos mais longos parecem ser
melhores, no volume total do treinamento, embora não haja consenso para diferentes
objetivos do treinamento frente ao intervalo de recuperação auto selecionado. Dessa
forma, imaginamos que essa estratégia possa ser importante na organização do
programa de exercício de musculação.