Artigo Científico
Estudo do impacto da ativação imune materna sobre alterações oxidativas cerebrais na prole após sepse na vida adulta
Study of the impact of maternal immune activation on brain oxidative alterations in offspring after sepsis in adult life
Autor
Farias, Brenno Faustino
Institución
Resumen
A sepse é considerada uma infecção associada à disfunção orgânica decorrente a resposta desregulada do organismo. Estima-se em cerca de 15 a 17 milhões de pessoas com sepse por ano no mundo. Sabe-se que na sepse, a produção exacerbada de mediadores pró-inflamatórios, e a liberação de radicais livres amplificam os danos ao hospedeiro. O lipopolissacarídeo (LPS) é um componente da membrana externa de bactérias gram-negativas. Dessa forma, este trabalho avaliou se a ativação imune materna no período gestacional, utilizando LPS, pode modular a neuroinflamação da sepse na prole adulta e resultar em proteção contra alterações oxidativas cerebrais. Ratos Wistar machos foram randomizados em salina+sham, salina+CLP, LPS+sham e LPS+CLP. Para a caracterização do modelo animal LPS, as fêmeas prenhas foram divididas aleatoriamente em dois grupos de acordo com o protocolo experimental, um exposto e outro controle. A sepse foi induzida usando a técnica de ligação e perfuração cecal (CLP) quando os animais completaram 60 dias. Após 10 dias, os animais sofreram morte indolor assistida e o córtex pré-frontal e hipocampo foram retirados para testes bioquímicos. Observamos aumento da atividade da mieloperoxidase e da infiltração neutrofílica nas estruturas cerebrais dos ratos sal+CLP e LPS+CLP. Contudo, verificamos que o pré-condicionamento de LPS no período pré-natal pode diminuir o dano oxidativo a proteínas e lipídios nas estruturas cerebrais após adquirir sepse na idade adulta. Concomitante a isso, observamos que a enzima antioxidante catalase teve sua atividade mais elevada no hipocampo de animais LPS+CLP em relação aos animais que passaram apenas pelo CLP. Sepsis is considered an infection associated with organ dysfunction resulting from the body's dysregulated response. It is estimated that about 15 to 17 million people have sepsis per year worldwide. It is known that in sepsis, the exacerbated production of pro-inflammatory mediators and the release of free radicals amplify the damage to the host. Lipopolysaccharide (LPS) is a component of the outer membrane of gram-negative bacteria. Thus, this study evaluated whether maternal immune activation in the gestational period, using LPS, can modulate sepsis neuroinflammation in adult offspring and result in protection against brain oxidative changes. Male Wistar rats were randomized into saline+sham, saline+CLP, LPS+sham and LPS+CLP. For the characterization of the LPS animal model, the pregnant females were randomly divided into two groups according to the experimental protocol, one exposed and the other control. Sepsis was induced using the cecal ligation and perforation technique (CLP) when the animals were 60 days old. After 10 days, the animals underwent painless assisted death and the prefrontal cortex and hippocampus were removed for biochemical tests. We observed an increase in myeloperoxidase activity and neutrophilic infiltration in the brain structures of saline+CLP and LPS+CLP rats. However, we found that prenatal LPS preconditioning can decrease oxidative damage to proteins and lipids in brain structures after acquiring sepsis in adulthood. Concomitantly, we observed that the antioxidant enzyme catalase had its highest activity in the hippocampus of LPS+CLP animals compared to animals that passed through CLP only.