Trabalho de Conclusão de Curso
Perfil antropométrico e do consumo alimentar em pessoas com transtorno do espectro autista
Autor
Vitória, Laís Guimarães
Institución
Resumen
Autism Spectrum Disorder (ASD) is characterized by significant impairments in
three main areas: impairment in social interaction, communication, and restrictive
interest pattern. Food selectivity is a frequent symptom in ASD, which is
characterized by a rejection of foods that do not have a certain characteristic,
color or texture. This symptom may impair the variability of food consumption and
nutrition in children with ASD. The gluten-free and casein-free diet has been used
by families of children with ASD to improve the severity of ASD. Despite its
popularity, there is limited evidence to support the use of this diet. Objective: to
analyze the anthropometric profile and dietary intake of children with Autistic
Spectrum Disorder (ASD), enrolled in regular education in the city of Governador
Valadares; to verify if there is an association between food consumption and
nutritional status; to verify the association between food consumption (including
sources of gluten and casein) and severity of the clinical profile. Methods: A
cross-sectional study was carried out with 28 cases of ASD children, mean age
6.81 years (dp = 2.43), attending regular schools in the municipality of
Governador Valadares, respecting the sample size calculation for 95% reliable.
In order to characterize the clinical profile of the population, participants'
behaviors were analyzed during routine psychopedagogical care, by means of
the analysis of the CARS scale items and to investigate information about food
consumption, an individual interview was conducted with the participant's
parents, using of the Food intake Frequency Questionnaire. Results: 40.7% of
the children had a BMI that was higher than expected (risk of overweight,
overweight
or
obesity).
Most
participants
consumed
processed
and
ultraprocessed foods often, while consumption of vegetables and fruits was rare.
There was no significant association between the consumption of foods that are
a source of gluten and casein and the severity of the ASD. Conclusion: The food
consumption profile found may have been influenced by the dietary selectivity
characteristic of ASD. It is necessary that health professionals, especially nutritionists, know the clinical specificities of ASD and the consequences for the
anthropometric profile, food consumption and general health, in order to provide
a nutritional education to family members, teachers and caregivers. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza-se por comprometimentos
significativos em três áreas principais: prejuízo na interação social, comunicação
e padrão restritivo de interesses. A seletividade alimentar é um sintoma
frequente no TEA, que se caracteriza por uma rejeição de alimentos que não
apresentem determinada característica, cor ou textura. Esse sintoma pode
prejudicar a variabilidade do consumo alimentar e a nutrição de crianças com
TEA. A dieta sem glúten e sem caseína (DSGSC) vem sendo utilizada por
famílias de crianças com transtornos do espectro do autista (TEA) com o intuito
de melhorar a gravidade do quadro de TEA. Apesar de sua popularidade, há
evidências limitadas em apoio à utilização desta dieta. Há estudos onde foi
observada uma freqüência elevada de obesidade infantil em crianças autistas e
hiperativas. Objetivo: analisar o perfil antropométrico e o consumo alimentar de
crianças com TEA, matriculadas no ensino regular do município de Governador
Valadares. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com 28 casos de
crianças com TEA, com média de idade de 6,81 anos (dp= 2,43), que frequentam
escolas regulares do município de Governador Valadares, respeitando cálculo
de tamanho amostral para 95% de confiança. Para caracterizar o quadro clínico
da população foram analisados os comportamentos dos participantes durante o
atendimento psicopedagógico de rotina, por meio da análise dos itens da escala
de CARS (Childhood Autism Rating Scale - Escala de Avaliação para Autismo
Infantil) e para investigação das informações sobre o consumo alimentar, foi
realizada entrevista individual com o responsável pelo participante com o uso do
Questionário de Frequência Alimentar. Resultados: 40,7% das crianças
apresentaram IMC acima do esperado. A maioria dos participantes consumia
alimentos processados e ultraprocessados frequentemente, enquanto o
consumo de hortaliças e frutas foi pouco frequente. Não houve associação
significativa entre o consumo de alimentos que são fonte de glúten e caseína e
a gravidade do quadro clínico. Conclusão: O perfil do consumo alimentar
encontrado pode ter sido influenciado pela seletividade alimentar característica
do TEA. É necessário que profissionais de saúde, sobretudo nutricionistas,
conheçam as especificidades clínicas do TEA e as consequências para o perfil
antropométrico, consumo alimentar e saúde geral, com o intuito de oferecer
uma educação nutricional aos familiares, professores e cuidadores.