Dissertação
Potencial cicatrizante de extratos hidroalcoólicos da casca verde da banana (Musa sp.): estudo in vivo e in vitro
Autor
Presto, Álvaro César Dutra
Institución
Resumen
The scientific literature covers an extensive volume of works focused on the healing
of cutaneous wounds as this is a problem that affects a large part of the population.
In the search for alternative treatments for this disease, the use of natural products
has been gaining prominence since Brazil possesses a great biodiversity of plants.
The banana peel is popularly known as a natural cicatrizant because of its phenolic
compounds, and is much used in the healing of nipple fissures during breastfeeding.
This work, therefore, sought to assess the healing potential of the extracts obtained
from the green banana peel in an in vivo and in vitro study. Hydroalcoholic extracts
were obtained from dried green peel (dry BPE) and fresh green peel (fresh BPE) by
the method of maceration in ethanol and water (9:1). For the in vitro study, human
fibroblasts cultured in DMEM (Dulbecco's Modified Eagle Medium, Sigma-Aldrich),
and with both extracts at the concentrations of 1%, 2%, 4%, 10%, and 15%, were
incubated for 24h and 48h. Cell viability was tested using MTT. The topical product
used was obtained by incorporating the extract into Natrosol gel at concentrations of
2%, 4%, and 10% of dry BPE and 4% and 10% of fresh BPE. A gel was also
obtained from the natural green peel (natural BP) at 4% concentration. For the study,
male Wistar rats (N = 56) divided into 7 groups (n = 8) were used: Group I - Control
without treatment, with application of the gel without active components; Group II -
natural BP; Group III - dry BPE 2%; Group IV - dry BPE 4%; Group V - dry BPE 10%;
Group VI - fresh BPE 4%; and Group VII - fresh BPE 10%. The animals were
anesthetized and a cutaneous surgical wound was made in the dorsal region with a
dimension of 3cm x 2cm. The treatment was topical and daily for a period of 9 days.
On the 10th day the animals were euthanized and the skin samples were sent for
routine histological processing for descriptive histopathological analysis of the
healing area and semi-automated count of the inflammatory infiltrate. The ratio
between the initial and final areas was also calculated for the percentage of wound
contraction. The dry BPE at concentrations of 1% and 2% induced fibroblast
proliferation while the other concentrations, as well as fresh BPE, reduced the
population of these cells. Groups II, III, IV, and V showed greater contraction of the
wound compared to the control. According to descriptive analysis, GI presented
adhered crust, discrete reepithelization and neutrophilic infiltrate; in GII there was
thick adhered crust, extensive but thin reepithelization, dermis remodeling and
eosinophilic infiltrate; GII keratin remodeling epidermis and detachment of the crust,
remodeling dermis and mixed inflammatory infiltrate; GIV showed discreet and
adherent thin crust, extensive and discreet reepithelialization, dermis remodeling and
mixed infiltrate; SG presented thick crust, discreet reepithelialization, young
granulation tissue and mixed infiltrate; GVI showed thick crust, discreet
reepithelialization, remodeling and giant cell infiltration; In GVII there was thick crust,
discreet reepithelialization and infiltration with giant cells. Therefore, dry BPE at 2%
concentration has shown to be a potential treatment for wound healing due to
fibroblast proliferation and epidermis and dermis remodeling. A literatura científica abarca um extenso volume de trabalhos voltados para a
cicatrização de feridas cutâneas por ser um problema que afeta grande parte da
população. Na busca por tratamentos alternativos para essa enfermidade, o uso de
produtos naturais tem ganhado destaque uma vez que o Brasil possui grande
bioversidade de plantas. A casca da banana é popularmente conhecida como
cicatrizante natural por conta dos compostos fenólicos, muito empregado na
cicatrização de fissuras mamilares durante a amamentação. Esse trabalho, portanto,
buscou avaliar o potencial cicatrizante dos extratos obtidos a partir da casca verde
da banana em um estudo in vivo e in vitro. Foram obtidos extratos hidroalcoólicos a
partir da casca verde seca (dry BPE) e da casca verde fresca (fresh BPE) pelo
método de maceração em etanol e água (9:1). Para o estudo in vitro foram utilizados
fibroblastos humanos cultivados em meio DMEM (Dulbeco´s Modified Eagle Medium,
Sigma-Aldrich) e com ambos os extratos nas concentrações de 1%, 2%, 4%, 10% e
15% encubado por 24h e 48h. O teste de viabilidade celular foi realizado pelo MTT.
O produto tópico utilizado foi obtido incorporando o extrato ao gel de Natrosol nas
concentrações de 2%, 4% e 10% do dry BPE e 4% e 10% do fresh BPE, também foi
obtido um gel a partir da casca verde in natura (natural BP) na concentração de 4%.
Para o estudo foram utilizados ratos Wistar machos (N=56) divididos em 7 grupos
(n=8): Grupo I – Controle sem tratamento com aplicação do gel sem componentes
ativos; Grupo II – natural BP; Grupo III - dry BPE 2%; Grupo IV – dry BPE 4%; Grupo
V – dry BPE 10%; Grupo VI – fresh BPE 4% e Grupo VII – fresh BPE 10%. Os
animais foram anestesiados e confeccionada uma lesão cirúrgica cutânea na região
dorsal de dimensão 3cm x 2cm. O tratamento foi tópico e diário durante um período
de 9 dias, no 10° dia os animais foram eutanasiados e as amostras de pele
encaminhadas para o processamento histológico de rotina para análise
histopatológica descritiva da área em cicatrização e contagem semiautomática do
infiltrado inflamatório. Também foi feita a razão entre a área inicial e final da lesão
para cálculo do percentual de contração da ferida. O dry BPE nas concentrações de
1% e 2% induziram a proliferação dos fibroblastos enquanto que as demais
concentrações bem como o fresh BPE reduziram a população dessas células. Os
grupos II, III, IV e V apresentaram maior contração da ferida quando comparado ao
controle. Segundo análise descritiva o GI apresentou crosta aderida, reepitelização
discreta e infiltrado neutrofílico; no GII houve crosta espessa aderida, reepitelização
extensa porém delgada, remodelamento da derme e infiltrado eosinofílico; o GII
epiderme remodelada com queratina e desprendimento da crosta, derme
remodelada e infiltrado inflamatório misto; no GIV foi observado crosta discreta e
delgada aderida, reepitelização extensa e discreta, remodelamento da derme e
infiltrado misto; o GV apresentou crosta espessa, reepitelização discreta, tecido de
granulação jovem e infiltrado misto; no GVI foi observado crosta espessa,
reepitelização discreta, inicio de remodelamento e infiltrado com células gigantes; no
GVII houve crosta espessa, reepitelização discreta e infiltrado com células gigantes.
Portanto, o dry BPE na concentração de 2% se mostrou como um tratamento em
potencial para a cicatrização de feridas devido a proliferação de fibroblastos e
remodelamento da epiderme e da derme