Artigo de Evento
Associação de polimorfismos do gene da eNOS com hipertensão arterial e obesidade em crianças e adolescentes
Autor
Lanna, Carla Márcia Moreira
Hollanda, Bárbara Carvalho de
Caputo, Fábio Luiz Dias
Gomes, Felipe Villela
Sousa, Mariana Prates de
Miranda, Josiane Aparecida de
Costa, Débora Cristine Souza da
Institución
Resumen
- O aumento da prevalência de obesidade e hipertensão arterial sistêmica em crianças e adolescentes vêm se tornando um problema de saúde
pública, pois predispõem tais indivíduos a um desenvolvimento precoce de problemas cardiovasculares como aterosclerose, doença arterial
coronariana, infarto do miocárdio, síndrome metabólica, dislipidemia, hiperinsulinemia, diabetes mellitus, dentre outros. Fatores genéticos são
responsáveis por pelo menos 20 a 40% das variações na pressão sanguínea na população em geral. O óxido nítrico (NO) é um potente vasodilatador
com grande importância na regulação da pressão areterial. Os polimorfismos genéticos da eNOS têm sido individualmente associados com o
desenvolvimento de hipertensão arterial em adultos o que ainda não foi investigado em crianças. Assim, os objetivos deste presente estudo é verificar
se existe associação de cada um dos polimorfismos genéticos da eNOS (polimorfismo T-786C da região promotora, Glu298Asp do Éxon 7 e o VNTR
do Íntron) com hipertensão arterial sistêmica e a obesidade em crianças e adolescentes como também comparar a distribuição de haplótipos
envolvendo os três polimorfismos genéticos da eNOS acima mencionados e avaliar a interação destes haplótipos dos três polimorfismos genéticos da
eNOS mencionados com a glicemia, perfil lipídico e a peroxidação lipídica dos grupos estudados.
Avaliamos 249 crianças e adolescentes, 100 obesos; 49 obesos e hipertensos e 100 controles, com idade entre 5 e 18 anos. Coletamos 20 ml de
sangue venoso, após jejum de 12 h, para avaliação da glicemia, perfil lipídico e peroxidação lipídica. Para as genotipagens as amostras foram
armazenadas em freezer a –20ºC até o a extração do DNA.
As crianças obesas e obesos hipertensos apresentaram peso significativamente maior do que os controles, como também índice de massa
corporal, circunferência abdominal e circunferência do quadril.
Os valores glicêmicos foram significativamente maiores nos pacientes obesos e obesos hipertensos quando comparados aos controles. Quanto
aos valores do colesterol e suas frações observamos que os obesos e obesos hipertensos apresentaram valores significativamente maiores de
colesterol total, LDL-colesterol e menores de HDL-colesterol enquanto os obesos apresentaram valores de triglicérides significativamente maiores
quando comparado aos controles. Ao avaliarmos a pressão arterial os obesos e obesos hipertensos apresentaram um aumento significativo na
pressão arterial sistólica e na pressão arterial diastólica em relação aos controles. Quando comparamos o grupo dos obesos com os obesos
hipertensos observamos nestes valores pressóricos maiores.
A peroxidação lipídica e as genotipagens estão sendo realizadas na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.
Com estes dados iniciais podemos concluir que as crianças / adolescentes obesos e obesos hipertensos apresentam importante risco
cardiovascular. Aguardamos a peroxidação lipídica e as genotipagens para entendimento melhor destas patologias como também profilaxia e
planejamento terapêutico mais efetivos.