Artigo de Evento
Investigação da incidência dos tipos de metaplasia intestinal gástrica através de ensaios histoquímicos combinados HID-PAS (High Iron Diamine – Periodic Acid Schiff) e HID-AB (High Iron Diamine – Alcian Blue) empregados na sua identificação
Autor
Cupolilo, Sonia Maria Neumann
Cardoso, Emmerson Badaró
Oliveira, Mateus Ramos de
Siqueira, Mariana Machado de
Souza, Rodrigo Lucas Passos de
Almeida, Andréia Munck de
Filgueiras, Thiago Gomes
Institución
Resumen
- Introdução: No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer para os anos de 2008 e 2009, o adenocarcinoma gástrico será a quinta maior
neoplasia em freqüência e a segunda em mortalidade, acompanhando o perfil observado no mundo. A metaplasia intestinal é a transformação da
mucosa gástrica para um epitélio com características histológicas intestinais. O adenocarcinoma gástrico tem na sua seqüência de eventos
etiopatogênicos a gastrite pelo Helicobacter pylori (Hp), alterações inflamatórias, metaplasia intestinal, mutações genéticas e displasia epitelial. São
identificados histoquimicamente três tipos de metaplasia intestinal, tipo I (completa), II e III (incompletas). Os tipos II e III estão associados a
mutações genéticas e adenocarcinoma, sendo a presença de sulfomucina (tipo III) indicativa de maior risco de malignização. Já a tipo I raramente se
maligniza. O desenvolvimento de métodos de identificação dos tipos de metaplasia se torna vital à prevenção do câncer. Objetivo: Nosso projeto visa
estudar a incidência dos tipos de metaplasia intestinal gástrica através do uso da combinação dos ensaios histoquímicos HID-PAS (High Iron
Dinamine Periodic Acid Schiff) e HID-AB (High Iron Dinamine Alcian Blue), ainda não muito difundidos no meio, em fragmentos de biópsias
gástricas a serem realizados em um laboratório privado, em casos com o diagnóstico de metaplasia intestinal. Metodologia: Preparo dos reagentes e
padronização dos ensaios histoquímicos para a identificação dos tipos de metaplasia intestinal. Com a finalidade de avaliar a relevância do problema
e o impacto desta técnica na detecção de alterações precursoras do adenocarcinoma, levantamos as biópsias gástricas do arquivo do laboratório de
patologia no período de fevereiro de 2007 a agosto de 2008 para cruzamento de dados. Os parâmetros levantados foram: presença de gastrite
crônica, infecção pelo Hp, e a presença e intensidade (leve, moderada e intensa) de metaplasia intestinal. A partir destes dados, procedemos a
análises estatísticas. Resultados: A padronização das técnicas histoquímicas encontra-se na fase de testes.A análise da casuística das 7994 biópsias
gástricas referentes ao período, 73,19% eram de gastrite, sendo que dessas 29,0% foram classificadas como moderada a grave. Além disso, 10,8%
foram de metaplasia intestinal, sendo que dessas 65,5% foram moderada a grave. 25,4% foram positivas para a presença de Hp. Conclusão: A
análise dos dados apresentados indica que a incidência de metaplasia é expressiva, tornando imprescindível a indicação destes ensaios
histoquímicos (HID-PAS e HID-AB) para detecção de pacientes mais propensos ao desenvolvimento de adenocarcinoma. Baseados nestes dados
propomos a incorporação dessas técnicas histoquímicas na rotina dos laboratórios de patologia da rede pública e privada, bem como o oferecimento
das mesmas às empresas operadoras de saúde, para a inclusão de pacientes em protocolo de acompanhamento para prevenção do
adenocarcinoma gástrico.