Dissertação
Consumo alimentar e fatores associados na Coorte de Universidades Mineiras - projeto cume: uma abordagem das recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira
Autor
Moreira, Michelle Andrade
Institución
Resumen
Introduction: The Dietary Guidelines for the Brazilian Population (DGBP) brings in its
recommendations the golden rule: “Always prefer fresh or minimally processed foods and
culinary preparations to ultra-processed foods (UPF)”. Among the foods that should be
preferred, it is possible to highlight such as fruits and vegetables (FV), which are associated
with a lower risk of mortality. Furthermore, it is emphasized that food is a context and that
food consumption is associated with many factors. Objective: To evaluate the factors
associated with food consumption, based on GAPB recommendations, of baseline participants
of the Cohort of Universities of Minas Gerais - CUME Project. Methods: This is a crosssectional study with participants from the baseline of the CUME Project, from the years 2016
and 2018. Questions answered online, containing information on demographic,
socioeconomic, anthropometric, lifestyle, health issues and a Quantitative food consumption
frequency questionnaire. Consumption was evaluated through the degree of food processing,
based on the DGBP golden rule, and through the consumption of FV. The associated factors
were divided into three blocks: block 1, socioeconomic (marital status, education,
professional status, individual and family income); block 2, behavioral (physical activity,
alcohol consumption, tobacco use and consumption of legumes, natural juices, ultra-processed
foods, soft drinks and industrialized juices and fast foods); block 3, individuals (gender, age,
skin color, self-perception of health and presence of obesity, systemic arterial hypertension,
diabetes mellitus and depression). To verify the factors associated with food consumption,
hierarchical multiple regression was used. One research was approved by the Research Ethics
Committee of the participating universities. Results: The sample consisted of 4124, with a
median age of 34 years and an interquartile range (IR) of 12 years. Most were female
(68.1%), not legally married or not in a stable relationship (51.9%) and white (65.1%). The
minimum education level was graduation, which is characteristic of this population, with
72.5% being postgraduates. The median total energy was 2223.97 kcal (IR: 1107.64 kcal),
and the relative energy percentage was: 65.5% from fresh, minimally processed foods,
culinary preparations and culinary ingredients; 10% processed foods and 24.5% UPF. Factors
associated with food consumption, according to the degree of food processing, were marital
status, income, physical activity, alcohol abuse, cigarette use, sex, skin color, age, obesity,
diabetes and depression. Adequate consumption of FV occurred in 62.2% of the population,
and was directly associated with physical activity, consumption of legumes, consumption of
natural fruit juices, female gender, age and negatively with consumption of UPF. Conclusion: The importance of evaluating food consumption and its associated factors is demonstrated. In
addition, it presents an important discussion regarding the specific issues of the studied
population, which support more effective treatment. Finally, it presents an important detailing
of the CUME Project's baseline, contributing with relevant evidence and supporting new
studies of the longitudinal design of this population. Introdução: O Guia Alimentar para a População Brasileira (GAPB) traz em suas
recomendações a regra de ouro: “Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente
processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados (AUP)”. Dentre os
alimentos que devem ter preferência de escolha, é possível destacar as frutas, legumes e
verduras (FLV), que estão associados a um menor risco de mortalidade. Além disso, ressaltase que o consumo alimentar está associado a muitos fatores, como socioeconômicos,
comportamentais e individuais. Objetivo: Avaliar os fatores associados ao consumo
alimentar, com base nas recomendações do GAPB, dos participantes da linha de base da
Coorte de Universidades Mineiras – Projeto CUME. Métodos: Trata-se de um estudo
transversal com brasileiros graduados da linha de base do Projeto CUME, dos anos 2016 e
2018. Os indivíduos responderam a um questionário online, contendo perguntas sobre
condições demográficas, socioeconômicas, antropométricas, estilo de vida, questões relativas
à saúde e um Questionário de Frequência de Consumo Alimentar quantitativo. O consumo
alimentar foi avaliado por meio do grau de processamento dos alimentos, com base na regra
de ouro do GAPB, e por meio do consumo de FLV. Os fatores associados foram divididos em
três blocos: bloco 1, socioeconômicos (estado civil, escolaridade, situação profissional, renda
individual e familiar); bloco 2, comportamentais (atividade física, consumo de álcool, uso do
tabaco e consumo de leguminosas, de sucos naturais, de alimentos ultraprocessados, de
refrigerantes e sucos industrializados e de fast foods); bloco 3, individuais (sexo, idade, cor da
pele, auto percepção de saúde e presença de obesidade, hipertensão arterial sistêmica, diabetes
melittus e depressão). Para verificar os fatores associados ao consumo alimentar, utilizou-se
regressão múltipla hierarquizada. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
das universidades participantes. Resultados: A amostra foi composta por 4.124 indivíduos,
com mediana de idade de 34 anos e intervalo interquartil (IQ) de 12 anos. A maioria era do
sexo feminino (68,1%), não casados legalmente ou sem união estável (51,9%) e cor de pele
branca (65,1%). A escolaridade mínima foi a graduação, característica desta população, sendo
que 72,5% são pós-graduados. A mediana de energia total consumida foi de 2223,97 kcal (IQ:
1107,64 kcal), e o percentual de energia relativo foi: 65,5% de alimentos in natura,
minimamente processados, preparações culinárias e ingredientes culinários; 10% de alimentos
processados e 24,5% de AUP. Os fatores associados ao consumo alimentar, segundo o grau
de processamento dos alimentos, foram estado civil, renda, atividade física, consumo abusivo
de álcool, uso do tabaco, sexo, cor da pele, idade, obesidade, diabetes e depressão. O consumo adequado de FLV ocorreu em 62,2% da população, e se associou à atividade física, consumo
de leguminosas, consumo de sucos de frutas natural, sexo feminino, idade e menor consumo
de AUP. Conclusão: Demonstra-se a importância de avaliar o consumo alimentar e seus
fatores associados. Além disso, apresenta uma discussão importante referente a questões
específicas desta população, que amparam intervenções mais eficazes. Por fim, apresenta
detalhamento importante da linha de base do Projeto CUME, contribuindo com evidências
relevantes e sustentando novas pesquisas de delineamento longitudinal dessa população. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior