Dissertação
Ensino em Juiz de Fora da Belle Époque: educação particular e confessional para uma elite urbana
Autor
Teixeira, Emília de Moraes
Institución
Resumen
Emancipated from Barbacena in 1850, under the name of Santo Antônio do Paraibuna,
the city of Juiz de Fora began to consolidate its urban infrastructural bases only in the 1880s.
During this period, when the city began to experience a moment of high economic prosperity,
based on the coffee culture, which applied much of its earnings to the development of urban
activities. Then, the end of the 19th century and the beginning of the 20th century was a period
in terms of the implementation of commercial, industrial, and banking establishments, several
urban equipment, and educational institutions, a theme specially treated here as essential. This
period characterized the Belle Époque juiz-forana, when the local elite produced and enjoyed
improvements in the urban center, among which were the private confessional schools. While
the colleges occupied, geographically speaking, the city center, the public schools occupied the
rural area. While the former was intended for the children of the local elite, who were white
children, the other institutions were the places destined for the education of the poorer classes,
including black children. The private schools, besides being an essential urban service, also
influenced the city's territorial planning. Firstly, because they played an important role in
attracting people to the city, by stimulating occupation in the central areas. And secondly, when
they acquired large urban properties, they also prevented the occupation of these areas by other
enterprises, indirectly regulating the real estate market and preventing, in a way, the
advancement of the verticalization process. Finally, adopting as a temporal cut out the period
between 1880 and 1907, we present the main characteristics and dichotomies of juiz-foranas
educational institutions and relate them to the local urbanization process, driven by a moment
of great economic growth. Emancipado de Barbacena em 1850, com o nome de Santo Antônio do Paraibuna, o
município de Juiz de Fora (MG) iniciou a consolidação de suas bases infraestruturais urbanas
apenas na década de 1880, quando a cidade começou a viver um momento de elevada
prosperidade econômica, baseada na cultura cafeeira, que aplicava boa parte dos seus ganhos
no desenvolvimento de atividades urbanas. Assim, o final do século XIX e o início do século
XX foi um período importante no que se refere à implementação de estabelecimentos
comerciais, industriais, bancários, equipamentos urbanos diversos e instituições de ensino, tema
aqui especialmente tratado. Este período caracterizou a Belle Époque juiz-forana, quando a elite
local produziu e usufruiu de benfeitorias localizadas no centro urbano, dentre as quais figuraram
os colégios particulares confessionais. Enquanto os colégios ocupavam, no sentido geográfico,
o centro da cidade, as escolas públicas ocupavam a área rural. Enquanto os primeiros se
destinavam aos filhos da elite local, que eram crianças brancas, as outras instituições eram os
locais destinados à educação das classes mais pobres, inclusive das crianças negras. Os
estabelecimentos de ensino particulares, além de se configurarem como um serviço urbano
essencial, também influenciaram o ordenamento territorial citadino. Primeiramente porque
desempenharam importante função atrativa, a partir do estímulo à ocupação nas áreas centrais.
E segundo, porque quando adquiriram grandes propriedades urbanas também impediram a
ocupação dessas áreas por outros empreendimentos, regulando indiretamente o mercado
imobiliário e impedindo, de certa forma, o avanço do processo de verticalização. Enfim,
adotando como recorte temporal o período compreendido entre 1880 e 1907, apresentamos as
principais características e dicotomias das instituições de ensino juiz-foranas e as relacionamos
com o processo de urbanização local, impulsionado por um momento de grande crescimento
econômico.