Dissertação
Teste da ponte no leito: propriedades clinimétricas de um novo teste funcional para uso em pacientes hospitalizados
Autor
Paticcié, Thiago Martins Fernandes
Institución
Resumen
Background: Conventional functional capacity tests, such as the 6-minute walk test,
are often not applicable to bedridden patients, just as functional scales can determine
a ceiling effect in patients with greater functional independence. In this sense, the
proposal to develop a physical test that requires little equipment, minimal training and
simple execution in bed, expands the opportunity to evaluate and define rehabilitation
strategies for a wide variety of hospitalized patients, from the most restricted to bed
even the most functionally independent.
Aim: To investigate the feasibility, safety and the clinimetric properties of a new
functional test, the bed bridge test (BBT) and its versions: bed bridge test 5 repetitions
(BBT5R) and 10 repetitions (BBT10R), bed bridge test 30 seconds (BBT30sec) and
60 seconds (BBT60sec), admitted to the ward of a tertiary university hospital.
Methods: Ninety-two clinical and surgical patients eligible for the study performed on
day 1 the BBT5R, BBT10R, BBT30sec, and BBT60sec in randomized order. Feasibility
was tested by the number of patients included who were able to perform one of the
BBT versions. The adverse events monitored were: major pain complaints, major
changes in blood pressure, dyspnea or intolerable fatigue, and any major clinical
changes. Validity was examined using the Functional Status Score scale (FSS), the
sit-to-stand test (STS), and the Short Physical Performance Battery test (SPPB). On
day 2 (24-48 hours later), BBT was performed randomly to exam the reproducibility
using intraclass correlation coefficient (ICC), standard error of measurement (SEM),
and minimum detectable change (MDC). Interpretability by the ceiling and floor effect
was also examined.
Results: The participants (50.9 ± 17.2 years, 60% women) included in the study were
66% with a clinical condition and 34% surgical. These showed good functional status
according to the FSS [35 (10 to 35) points] and moderate physical capacity according
to the SPPB [9 (1 to 12) points]. All participants completed all versions of the BBT.No
adverse events were observed. In fact, ICC (95%) between test-retest was good to
excellent, being for the BBT5R and BBT10R [0.89.84-0.93) and 0.92 (0.88-0.95), and
BBT30sec and BBT60sec [0.87 (0.80-0.91) and 0.88 (0.83-0.92)], respectively. The
observed agreement for the BBT were SEM: 13 and MDC: 3.6 for the BBT5R; SEM:
10 and MDC: 5.5 for BBT10R, SEM: 11 and MDC: 4.7 for BBT30sec; and SEM: 10
and MDC: 8.2 for BBT60sec. Appropriate ceiling (≤ 10%) and floor (≤ 11%) effects
were observed. The content validity was observed by the weak association between
the performance in the BBT versions and the FSS (rs= -0.27 to -0.37 and 0.36, p<0.05
for all). The construct validity was observed by the moderate association between the
four versions of the BBT and the SPPB (rs= -0.63 to -0.58 and 0.47 to 0.53, p<0.05 for
all), and the criteria validity was observed by the moderate association between the
performance of the BBT versions and the performance in the STS (rs= -0.48 to -0.59
and 0.64, p<0.05 for all).
Conclusion: All BBT versions proved feasible and safe, with good reproducibility and
validity clinimetric properties, without ceiling and floor effects.
Although more studies are needed, BBT versions can be a good alternative for the
functional assessment of hospitalized patients. Introdução: Testes de capacidade funcional convencionais, como o teste da
caminhada de 6 minutos, muitas vezes não são aplicáveis a paciente restrito ao leito,
assim como as escalas funcionais que podem determinar efeito teto em pacientes com
maior independência funcional. Neste sentido, a proposta de desenvolver um teste
físico que requer pouco equipamento, treinamento mínimo e de simples execução no
leito, amplia a oportunidade de avaliação e a definição de estratégias de reabilitação
para uma grande variedade de pacientes hospitalizados, desde os mais restritos ao
leito até os mais independentes funcionalmente.
Objetivos: Investigar a viabilidade, segurança, e as propriedades clinimétricas de um
novo teste funcional, o teste da ponte no leito (TPL) e suas versões: teste da ponte no
leito de 5 repetições (TPL5rep) e 10 repetições (TPL10rep), teste da ponte no leito de
30 segundos (TPL30seg) e 60 segundos (TPL60seg), em pacientes hospitalizados em
enfermaria de um hospital universitário terciário.
Métodos: Noventa e dois pacientes clínicos e cirúrgicos elegíveis para o estudo
realizaram no dia 1, o TPL5rep, TPL10rep, TPL30seg e TPL60seg em ordem aleatória.
A viabilidade foi testada pelo número de pacientes incluídos e que conseguiram
realizar uma das versões do TPL. A segurança foi avaliada por: queixa álgica
relevante, alterações importantes da pressão arterial, dispneia ou fadiga intolerável, e
qualquer alteração clínica importante. A validade foi examinada com a escala
Functional Status Score (FSS), com o teste de sentar e levantar (TSL), e o teste Short
Physical Performance Battery (SPPB). No dia 2 (24-48hs após), as versões do TPL
foram realizadas também em ordem aleatória para testar a confiabilidade por meio do
coeficiente de correlação intraclasse (CCI), erro padrão da medida (EPM) e diferença
mínima detectável (DMD). Interpretabilidade pelo efeito teto e piso também foram
avaliados.
Resultados: Os participantes (50,9 ± 17,2 anos, 60% mulheres) incluídos no estudo
eram compostos de 66% com condição clínica e 34% cirúrgica. Estes apresentaram
bom estado funcional pela FSS [35 (10 a 35) pontos] e moderada capacidade física
pelo SPPB [9 (1 a 12) pontos]. Todos os participantes completaram todas as versões
do TPL. Nenhum evento adverso foi observado. A confiabilidade, CCI (IC95%) entre
teste-reteste foi de boa a excelente, sendo para o TPL5rep e TPL10rep [0,89 (0,84-
0,93) e 0,92 (0,88-0,95), e TPL30seg e TPL60seg [0,87 (0,80-0,91) e 0,88 (0,83-
0,92)], respectivamente. A concordância observada para o TPL foram EPM: 13 e
DMD: 3,6 para o TPL5rep; EPM: 10 e DMD: 5,5 para o TPL10rep, EPM: 11 e DMD:
4,7 para o TPL30seg; e EPM: 10 e DMD: 8,2 para o TPL60seg. Apropriado efeito teto
(≤ 10%) e piso (≤ 11%) foram observados. A validade de conteúdo foi observada pela
fraca associação entre o desempenho nas versões do TPL e a FSS (rs= -0,27 a -0,37
e 0,29 a 0,36, p<0,05 para todas).A validade de constructo foi observado pela
moderada associação entre as quatro versões do TPL e o SPPB (rs= -0,63 a -0,58 e
0,47 a 0,53, p<0,05 para todas), e a validade de critério foi observada pela moderada
associação entre o desempenho das versões do TPL e o desempenho no TSL (rs= -
0,48 a -0,59 e 0,64, p<0,05 para todas).
Conclusão: Todas as versões do TPL se mostraram viáveis e seguras, com
propriedades clinimétricas de confiabilidade e validade adequadas, sem efeito teto e
piso. Embora seja preciso mais estudos, as versões do TPL podem ser uma boa
alternativa para avaliação funcional de pacientes hospitalizados.