Dissertação
Produção e percepção das vogais contrastivas de língua inglesa: uma análise à luz do conceito de inteligibilidade
Autor
Rocha, Carolina Macedo de Oliveira
Institución
Resumen
This work aims to discuss the concept of speech intelligibility in a second language, based on
an analysis of the production and perception of native and non-native English speakers.
Considering that we live in a globalized world in which most English speakers are not native
speakers, bringing more and more characteristics of their mother tongue to the second language
- and contributing to a very diverse dialectal variation -, English becomes defined by the Latin
expression English as Lingua Franca or ELF (JENKINS, 2000, 2002, 2008, 2012;
HULMBAUER; BOHRINGER; SEIDLHOFER, 2008; BECKER; KLUGE, 2014; 2015),
which characterizes the use of this language by speakers of different mother tongues in a
mutually intelligible way, without compromising communication. The focus of the analyzes to
discuss the intelligibility construct was determined in contrastive vowel pairs of English, since
they tend to present difficulties in perception and production by speakers of English as L2,
given that the vowel system is quite different from a language to the other, being a striking
feature of the production of a speaker of a given language. The dissertation focused on two
types of analysis: 1) an acoustic analysis of contrastive English vowels produced by a native
speaker of American English and three Brazilian speakers of English as L2, and 2) an analysis
of the speakers' perception in relation to their own production and the production of other
speakers through the application of a perceptual test. Regarding the acoustic analysis of the
speakers' production, the observation of the collected and statistically treated data showed that
there is a transfer process between L1 Brazilian Portuguese and L2 English regarding the
duration of American English vowels. In addition, vowel height is a parameter that also poses
problems for differentiating the contrasts between the vowel pairs analyzed in the production
of English as a second language. Regarding the analysis of the data on the perception of the
speakers, also treated statistically in this study, the results showed that 1) although there were
statistically significant differences in the rates of correct answers and errors among the listeners,
there was no difference in response time; 2) one of the speakers of English as an L2 had fewer
errors than the native speaker in the perception tests; and 3) some stimuli produced by an
English speaker as L2 had more hits in the perception test than those produced by the native
speaker. Thus, the results of the analyzes allowed us to conclude that non-native speech can be
as intelligible as native speech. Este trabalho tem como objetivo discutir o conceito de inteligibilidade da fala em segunda
língua, a partir de uma análise da produção e percepção de falantes nativas e não nativas de
Inglês. Tendo em vista que vivemos em um mundo globalizado em que a maioria dos falantes
de Inglês não é nativa, trazendo cada dia mais características de sua língua materna para a
segunda língua - e contribuindo para uma variação dialetal bastante diversificada -, o Inglês
passa a ser definido pela expressão latina English as Lingua Franca (ELF) ou Inglês como
Língua Franca (JENKINS, 2000, 2002, 2008, 2012; HULMBAUER; BOHRINGER;
SEIDLHOFER, 2008; BECKER; KLUGE, 2014; 2015), que caracteriza o uso dessa língua por
falantes de diferentes línguas maternas de forma mutuamente inteligível, sem comprometer a
comunicação. O enfoque das análises feitas para discutir o construto de inteligibilidade foi
determinado em pares vocálicos contrastivos do Inglês, uma vez que costumam apresentar
dificuldades de percepção e produção por falantes de Inglês como L2, dado que o sistema
vocálico é bastante distinto de uma língua para a outra, sendo uma característica marcante da
produção de um falante de uma determinada língua. A dissertação se concentrou em dois tipos
de análise: 1) uma análise acústica das vogais contrastivas do Inglês produzidas por uma falante
nativa de Inglês Americano e três falantes brasileiras de Inglês como L2, e 2) uma análise da
percepção das falantes em relação à sua própria produção e à produção das demais falantes
através da aplicação de um teste perceptual. Em relação à análise acústica da produção das
falantes, a observação dos dados coletados e estatisticamente tratados mostraram que há um
processo de transferência entre a L1 Português Brasileiro e a L2 Inglês no que diz respeito à
duração das vogais do Inglês Americano. Além disso, a altura vocálica é um parâmetro que
também traz problemas para a diferenciação dos contrastes entre os pares vocálicos analisados
na produção do Inglês como segunda língua. Já em relação à análise dos dados da percepção
das falantes, também tratados estatisticamente neste estudo, os resultados mostraram que 1)
embora tenha tido diferenças estatísticas significativas nas taxas de acerto e erro entre as
ouvintes, não houve diferença no tempo de resposta; 2) uma das falantes de Inglês como L2
apresentou menos erros que a falante nativa nos testes de percepção; e 3) alguns estímulos
produzidos por uma falante de Inglês como L2 tiveram mais acertos nos teste de percepção do
que os produzidos pela falante nativa. Assim, os resultados das análises nos permitiram concluir
que a fala não nativa pode ser tão inteligível quanto a fala nativa. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior