Artigo de Evento
Investigação das propriedades de sinais interpolados de variabilidade da frequência cardíaca utilizando o expoente de Hurst
Autor
Gouvea, David Sergio Adaes de
Oliveira, Evelline Carvalho de
Institución
Resumen
- INTRODUÇÃO
A variabilidade da freqüência cardíaca tem sido investigada por técnicas lineares e não lineares de processamento de sinais aplicadas às séries de
intervalos de tempo entre batimentos cardíacos RR. Os resultados das pesquisas evidenciam a presença da lei de potências, e trabalhos utilizando o
método do Expoente de Hurst sugerem a possibilidade de diferenciação entre sinais de indivíduos saudáveis e portadores de patologias.
OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é aplicar o método do Expoente de Hurst na investigação das propriedades da lei de potências em sinais RR de indivíduos
normais, chagásicos não cardiopatas e chagásicos cardiopatas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Sinais RR de 5 indivíduos normais (N), 5 chagásicos não cardiopatas (NC) e 5 chagásicos cardiopatas (C), foram processados para retirada dos
batimentos ectópicos sendo interpolados na freqüência de 5 Hz. Posteriormente as séries foram divididas em trechos de 20 minutos e investigadas
através do método de Hurst.
O método do Expoente de Hurst investiga a relação entre os valores logarítmicos da variância da diferença de amplitude das amostras e da variância
do deslocamento de tempo entre elas, através de uma curva denominada curva de variação logarítmica (CVL).
Os valores dos expoentes de Hurst foram obtidos para a parte inicial e final das CVLs, e a variabilidade foi investigada através da Análise de
Variância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A comparação dos valores médios dos expoentes de Hurst, entre os grupos de indivíduos N, NC e C, através da Análise de Variância, permitiu
rejeitar a hipótese da igualdade dos valores médios, com probabilidade p igual a 0,003 para a primeira parte e p igual a 4,37 10-6 para a segunda
parte. Entretanto, a Análise de Variância dos valores obtidos para os trechos do sinal RR de cada indivíduo dentro dos grupos (N, NC e C) também
permitiu rejeitar a hipótese da igualdade dos valores médios com valores de p iguais a zero para a primeira parte, e valores de p inferiores a 0,0001
para a segunda parte. Desta forma, a variabilidade entre os expoentes de Hurst, dentro de um mesmo grupo, não permite considerar a existência de
grupos homogêneos, com apenas 15 indivíduos.
CONCLUSÕES
A inspeção visual das CVLs evidenciou a presença de periodicidade e a existência da estrutura de memória nos sinais.
Os valores médios dos expoentes de Hurst, estimados para a parte inicial das CVLs, foram maiores que os obtidos para a parte final, sugerindo uma
redução da influência do ruído.
O resultado da Análise de Variância dos expoentes de Hurst (partes inicial e final das CVLs) indica uma grande variabilidade, o que impede que os
expoentes possam ser agrupados.