Trabalho de Conclusão de Curso
Cooperativas populares: uma análise crítica com base no direito como integridade
Autor
Ferreira, Luciana Tasse
Institución
Resumen
This study aims to examine critically the standards concerning to cooperativism in order
to point directives for correcting some failures in legislation and public policies for the
sector. Its relevance acquires more significant contours if it is noticed that Brazilian
legislation does not stipulates an inclusive framework for all sort of cooperatives.
Unlikely, it rather neglects the heterogeneity of the cooperative movement and social
demands it represents, which directly influences the cooperatives’ ability for
formalization, especially the ones called ‘popular’. The theoretical framework adopted,
law as integrity (DWORKIN 2007), presents important conceptual tools for critical
analysis of legislation, in a way as to allow binding the State morally to values that
represent the consistency of community principles. Given that ‘solidary economic
enterprises’ emerge as a social practice endowed with its own demands, they assign to
the State a moral duty to intervene, redefining somehow public policies and legislation,
in order to ensure them also the right to formalization as cooperatives, which is, in this
case, the most appropriate legal form. O presente trabalho pretende analisar criticamente as normas concernentes ao tema
cooperativista, a fim de apontar diretivas para a correção de algumas falhas na
legislação e nas políticas públicas voltadas para o setor. A relevância do tema adquire
contornos mais significativos quando se observa que a legislação vigente não estatui
uma estrutura para a sociedade cooperativa que seja inclusiva. Ao contrário, negligencia
a heterogeneidade do movimento cooperativista no país e as demandas sociais que
representa, o que influencia diretamente a capacidade de formalização das cooperativas,
especialmente das populares. O marco teórico adotado, o Direito como Integridade, de
Dworkin (2007), apresenta importantes ferramentas conceituais para a análise crítica
dessa legislação, na medida em que permite vincular o Estado a uma moral institucional
que preza pela coerência de princípios da comunidade, pelo que se exige que suas
normas sejam criadas e interpretadas como expressão de um sistema único e coerente de
justiça, equidade e devido processo legal. Tendo em vista que os empreendimentos
econômicos solidários despontam como práticas sociais dotadas de demandas próprias,
atribui-se ao Estado um dever moral no sentido de intervir, redefinindo políticas
públicas ou a legislação vigente, para garantir-lhes o direito de que, assim como outros
empreendimentos econômicos, também lhes seja possível formalizar-se e viabilizar-se
como cooperativas, a forma jurídica mais adequada.