Trabalho de Conclusão de Curso
A hipótese da instabilidade financeira de Hyman Minsky e a crise econômica brasileira de 2015-2016
Autor
Sales, Matheus Fernandes Lage
Institución
Resumen
In view of the economic crisis experienced by Brazil in 2015 and 2016, this paper aims
to analyze this historical fact from the hypothesis of financial instability by Hyman Minsky,
carrying out a literature review that studies the financial situation of Brazilian non-financial
companies in the decade 2010 and the performance of the government during the period.
Therefore, a bibliographical review of Keynesian and post-Keynesian theory (especially
Minsky's works) was carried out, as well as the main Brazilian academic works that seek to
interpret the process of crisis in the country. In this sense, a retrospective from 2003 to 2016
was made so that it would become more noticeable to improve and make social experienced in
the period that made the crisis possible. The results visualized point to a process of financial
weakening of Brazilian non-financial companies in the 2010s, with an increase in indebtedness
and a reduction in revenues. It is also noticed that the increase in indebtedness was, in part,
provided by the financial innovations of the period and by the government's credit granting
policies, which enabled an important change in the agents' financing pattern. Furthermore, it is
argued that a weak action by the federal government to combat the crisis ended up deepening
it, as predicted by post-Keynesian theory. Finally, it is worth noting that in academic
interpretations of the crisis it is clear that there is greater space for heterodox strands in the
economic debate, in terms of the neoliberal orientation of the government's economic policy
today. Diante da crise econômica vivenciada pelo Brasil em 2015 e 2016, o presente trabalho
tem como objetivo analisar esse fato histórico a partir da hipótese da instabilidade financeira de
Hyman Minsky, realizando uma revisão de literatura que estuda a situação financeira das
empresas não financeiras brasileiras na década de 2010 e a atuação do governo durante o
período. Para tanto, foi feita uma revisão bibliográfica da teoria keynesiana e pós-keynesiana
(em especial das obras de Minsky), bem como dos principais trabalhos da academia brasileira
que buscam interpretar o processo da crise no país. Neste sentido, foi feito um retrospecto de
2003 até 2016 para que se tornasse mais perceptível as alterações econômicas e sociais
vivenciadas no período que possibilitaram a crise. Os resultados visualizados apontam para um
processo de fragilização financeira das empresas não financeiras brasileiras nos anos 2010, com
aumento do endividamento e redução das receitas. Percebe-se também que o aumento do
endividamento foi, em parte, proporcionado pelas inovações financeiras do período e pelas
políticas de concessão de crédito do governo, as quais viabilizaram uma mudança importante
no padrão de financiamento dos agentes. Além disso, argumenta-se que a fraca atuação do
governo federal para combater a crise acabou por aprofundá-la, conforme prevê a teoria pós-
keynesiana. Por fim, cabe destacar que nas interpretações acadêmicas sobre a crise é notório
que há maior espaço para as vertentes heterodoxas no debate econômico, em oposição à
orientação neoliberal da política econômica do governo na atualidade.