Tese
As múltiplas religiosidades na literatura de Franz Kafka
Autor
Baptista, Mauro Rocha
Institución
Resumen
This work intends to promote a reading of Franz Kafka which presents in his narrative some possibilities of religiosity that can be reveled in a non-religious text. We point out in Kafka‟s work three postures which cover that function: the institutional religiosity that is structured around the law. It keeps its associates in a complete alienation, benefiting them with vague answers to their queries. Although it does not really answer, it gives them the feeling of an answer given. A feeling that most of Kafka‟s characters choose to have. A negative religiosity, which comes from the heroes, is opposed to the previous one. They wake up from the alienation because of the feeling of being pursued by the same institution that should guarantee them a social harmony. Once waken, they propose to fight against the law the way it is presented by the institutional religiosity. All their strength is dedicated to that negation. The third posture, the religiosity of humor, is presented as a criticism of the extremisms generated by the others. By a correct understanding of the format of Kafka‟s texts, we are able to revise the valorization of the posture of his heroes. Through humor the institution is questioned on its imposing posture as well as the negation on its arrogance. This way, humor is presented as a religiosity refined from any extremism. Este trabalho visa promover uma leitura de Franz Kafka que apresente em suas narrativas algumas possibilidades de religiosidade que podem ser reveladas em um texto não-religioso. Apontamos na literatura kafkiana três posturas que cumprem esta função: A religiosidade institucional que se estrutura em torno da lei. Ela mantém os seus associados em completa alienação, beneficiando-os com respostas vagas às suas dúvidas. Apesar de não responder, ela possibilita uma sensação de resposta dada. Uma sensação que a maioria dos personagens de Kafka opta por sentir. A esta religiosidade se contrapõe uma ação negativa que parte dos heróis. Eles despertam da alienação porque se sentem perseguidos pela mesma instituição que deveria lhes garantir a harmonia social. Uma vez despertos se propõe a lutar contra a lei conforme ela é apresentada pela religiosidade institucional. Todas as suas forças são dedicadas a esta negação. A terceira postura, a religiosidade do humor, se apresenta como crítica dos extremismos gerados pelas duas anteriores. Através da formatação de seus textos Kafka possibilita uma revisão da simples valorização da postura de seus heróis. Pelo humor a instituição é questionada em sua postura impositiva e a negação em sua arrogância, desta forma o humor se apresenta como uma religiosidade refinada de todo extremismo.