Dissertação
Epistemologia e política em Helvétius
Autor
Nascimento, José Cláudio do
Institución
Resumen
This dissertation aims to present and analyze the theses of the philosopher Claude-Adrien
Helvétius (1715-1775), under an epistemological approach. His philosophical theory is part of
the context of the 18th century French Enlightenment movement. It is also part of the tradition
of the knowledge theory of English empiricism of the previous century. According to this
philosophical school, human knowledge has its origin in the sensations or experiences of the
five senses, with no innate ideas - which, according to the rationalist school, underlie all human
knowledge. Helvétius' theory is also part of the movement called materialism, although the
philosopher does not explicitly assume himself as such. With her own arguments and
developments, she adheres to that assumption highlighted by the philosopher Julien Offray de
la Mettrie (1709-1751), according to which mental contents, such as ideas and feelings, are an
effect of matter. Helvétius' theory demonstrates how man's mental life originates from
sensations and how the peculiar organization of man, which he calls physical sensitivity,
determines human capacities and faculties. This sensitivity is entirely material, as it is
distinguished only by its peculiar organization, which in man acquires a complexity that is
outside the scope of philosophy to investigate, and is therefore related to empirical sciences.
The philosopher uses the method of reduction to demonstrate that ideas and feelings can be
reduced to physical sensations and that pleasure and pain underlie all behavior. Ethics and
epistemology can be explained from the principles that determine human conduct. A presente dissertação tem como objetivo apresentar e analisar as teses do filósofo ClaudeAdrien Helvétius (1715-1775), sob um enfoque epistemológico. Sua teoria filosófica se insere
no contexto do movimento iluminista francês do século XVIII. Insere-se também na tradição
da teoria do conhecimento do empirismo inglês do século anterior. De acordo com essa escola
filosófica, os conhecimentos humanos têm sua origem nas sensações ou experiências dos cinco
sentidos, não existindo ideias inatas – que de acordo com a escola racionalista fundamentam
todo conhecimento humano. A teoria de Helvétius se insere também no movimento
denominado materialismo, embora o filósofo não se assuma explicitamente como tal. Com
argumentos e desenvolvimentos próprios, ela adere àquele pressuposto colocado em evidência
pelo filósofo Julien Offray de la Mettrie (1709-1751), segundo o qual os conteúdos mentais,
como as ideias e sentimentos, são um efeito da matéria. A teoria de Helvétius demonstra o modo
como a vida mental do homem se origina das sensações e de como a organização peculiar do
homem, que ele denomina de sensibilidade física, determina as capacidades e faculdades
humanas. Essa sensibilidade é inteiramente material, pois se distingue unicamente por sua
peculiar organização, que no homem adquire uma complexidade que está fora do escopo da
filosofia investigar, sendo, pois, atinente às ciências empíricas. O filósofo se utiliza do método
da redução para demonstrar que as ideias e sentimentos podem ser reduzidos às sensações
físicas e que o prazer e a dor fundamentam todo o comportamento. A ética e epistemologia,
nesse sentido, podem ser explicadas a partir dos princípios que determinam a conduta humana.