Dissertação
Relações de parentesco, vizinhança e compadrio na freguesia agro-mineradora de Catas Altas (1712-1742)
Author
Santos, Diana Fernanda Vaz de Melo dos
Institutions
Abstract
A survey of the research is identified and a working logic of the relations of
compadrio in Catas Altas, parish with the term of Vila do Carmo (present Mariana) in Minas Gerais, focusing on the first half of the eighteenth century, a period of great economic and economic effervescence increase, but mainly because this period is a physical condition and is settling and thus creating possible affective and financial ties. The relations of kinship and compadrio in the society of the Old Regime surpassed like relations of neighborhood. Compadrio was used in various ways, for example, as an instrument for the formation and consolidation of communities, as well as the possibility of closer relations between different social strata. Such links are created not only in inbreeding kinship groups but also in the formation of alliances of "fictional kinship" or even in clientele networks. Established at the request of a Portuguese society, from the mercy system and the economy of the gift, where the prestige and qualifications of the individual are led into criticism. More specifically it focuses on the concept of reciprocity, where the mechanisms of solidarity are characterized by a social project based on distributive justice and simultaneously in a rigid social hierarchy in which those who guarantee the functioning or mediation of relations were a Church in its role of tutor A proposta dessa pesquisa é identificar e compreender a lógica de funcionamento das
relações de compadrio em Catas Altas, freguesia pertencente ao termo da Vila do Carmo (atual Mariana) nas Minas Gerais tendo como foco a primeira metade do século XVIII, período de grande efervescência econômica e aumento populacional, mas principalmente porque neste período a população está se assentando e com isso criando possíveis vínculos afetivos e financeiros. As relações de parentesco e compadrio na sociedade do Antigo Regime ultrapassavam as relações de vizinhança. O compadrio era utilizado de várias maneiras pelos grupos sociais como instrumento na formação e consolidação de comunidades, assim como possibilitava o estreitamento das relações entre diferentes estratos sociais. Tais vínculos eram
criados não apenas em grupos de parentescos consanguíneos, mas também na formação de alianças de “parentesco fictício” ou até mesmo em redes de clientela. Esta proposta está ligada fundamentalmente à noção de Antigo Regime usada para compreender a sociedade portuguesa, a partir do sistema de mercês e da economia do dom, onde o prestígio e as qualificações do indivíduo eram levados em consideração. Mais especificamente centra-se no conceito de reciprocidade, onde os mecanismos de solidariedade eram caracterizados por um projeto social baseado na justiça distributiva e simultaneamente numa rígida hierarquização social na qual quem garantia o funcionamento ou a mediação dessas relações sociais era a Igreja em seu papel de tutora.