Dissertação
Séries de animação brasileiras: expressão e gênero em O Show da Luna, Meu AmigãoZão, e Irmão do Jorel
Autor
Prado, Laryssa Gabriele Moreira do
Institución
Resumen
The debate over the different expressions of gender has gained momentum in recent years and
has come to the fore. The cinematographic industry has been the target of harassment
denunciations and has been constantly evaluated in relation to the representation and
representativeness of genre in its productions. In contrast, non-sexist audiovisuals have
emerged, including in animation. In 2017 was celebrated the centenary of the realization of
the first Brazilian animation, which has only recently been structuring itself as an industry in
the country. The present work analyzes, from feminist theories and the New Psychoanalysis,
how the gender expression of the characters of national children's cartoon series (products of
the current national animation growth phase) is constructed, being they Show da Luna!, Meu
AmigãoZão, and Irmão do Jorel. During childhood, when children are developing their
values, it is common for institutions such as school, family, and the media to sometimes
divide the world between "girlish things and boyish things", which creates a wall almost
insurmountable between them. Determining gender according to socially imposed standards
also marginalizes a diversity that exists beyond biological sex. From the creation of a
methodological matrix based on the Film Analysis and the Bechdel Test, Russo Test and CM
Test, and interviews with Kiko Mistrorigo, Andrés Lieban and Juliano Enrico, creators of the
series analyzed, it is concluded that, even if Show da Luna!, Meu AmigãoZão, and Irmão do
Jorel are concerned with promoting "gender equality" and presenting initiatives in this sense,
in their narratives there is still the reproduction of some stereotypes about the "feminine" and
the "masculine". O debate a respeito das diferentes expressões de gênero ganhou força nos últimos anos e
chegou às telas. A indústria cinematográfica tem sido alvo de denúncias de assédio e vem
sendo constantemente avaliada em relação à representação e representatividade de gênero em
suas produções. Em contrapartida, conteúdos audiovisuais não-sexistas tem surgido, inclusive
na animação. Em 2017 foi comemorado o centenário da realização da primeira animação
brasileira, setor que apenas recentemente vem se estruturando como uma indústria no país. O
presente trabalho analisa, a partir de teorias feministas e da Nova Psicanálise, como é
construída a expressão de gênero dos personagens de séries de desenhos animados infantis
nacionais produtos da atual fase de crescimento da animação nacional, sendo eles O Show da
Luna!, Meu AmigãoZão e Irmão do Jorel. Durante a infância, momento em que a criança está
desenvolvendo seus valores, é comum que, por vezes, instituições como a escola, a família e a
mídia dividam o mundo entre as “coisas de menina e as coisas de menino”, o que cria um
muro quase intransponível entre eles. Determinar o gênero de acordo com padrões impostos
socialmente também marginaliza uma diversidade que existe além do sexo biológico. A partir
da criação de uma matriz metodológica baseada na Análise Fílmica e no Teste de Bechdel,
Teste Russo e Teste CM, e de entrevistas realizadas com Kiko Mistrorigo, Andrés Lieban e
Juliano Enrico, criadores das séries analisadas, conclui-se que, mesmo que O Show da Luna!,
Meu AmigãoZão e Irmão do Jorel se preocupem em promover a “igualdade” de gênero e
apresentem iniciativas nesse sentido, em suas narrativas ainda há a reprodução de alguns
estereótipos sobre o “feminino” e o “masculino”. Embora boa parte das personagens
femininas rompa com a opressão histórica que recai sobre as mulheres, as séries analisadas
ainda distanciam-se de uma representação que vá além da binariedade homem / mulher. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior