The disaster caused by the rupture of the Fundão tailings dams, in 2015, poured mining rejects down the Rio Doce river, contaminating water and foods. This study aimed to evaluate changes in dietary habits and water use in Araújos Island, Governador Valadares, after contamination of the Rio Doce. Data were collected in residences through interviews using semi-structured questionnaires. One year after disaster, 73% of habitants changed their water use habits, mainly for cooking (53%), drinking (38%) and washing food (37%) purposes. Public supply water (PSW) was partially replaced for other sources of water (mainly by mineral and artesian well waters), for all domestic purposes. Additionally, 40% stopped to eat freshwater fish, 28% and 27% reduced the consumption of fruit and vegetables, respectively, while 40% reduced the eating of food produced outside home. Most of them (96%) perceived an addition risk to food production after disaster, mainly from chemical (83%) and biological (29%) origins. Financial (69%) and psychological (55%) damages as well as health risk (39%) were mentioned most frequently. The majority considered the quality of PSW as bad (30%) or reasonable (52%) and 77% said PWS may cause some type of damage in foods, mainly related to food quality reduction (53%). Part (59%) did not believe in information regarding portability of PSW. It can be concluded that behavior changes is probably associated to the negative perception related to the quality and safety of food and water, concern about health risks as well as lack of reliability in information disclosed.O desastre causado pela ruptura da barragem de rejeitos Fundão, em 2015, despejou rejeitos de mineração ao longo do Rio Doce, contaminando água e alimentos. O objetivo deste estudo foi avaliar as mudanças de hábitos alimentares e de uso de água na Ilha dos Araújos, Governador Valadares, após contaminação do Rio Doce. Os dados foram coletados em residências, por meio de entrevistas com questionários semi-estruturados. Um ano após o desastre, 73% dos habitantes mudaram seus hábitos de uso da água, principalmente para cozinhar (53%), beber (38%) e lavar alimentos (37%). A água de abastecimento public (AAP) foi parcialmente substituída por outras fontes (principalmente água mineral e de poço artesiano), para todas as atividades domésticas. Ademais, 40% deixaram de consumir peixe de água doce, 28% e 27% deles reduziram o consumo de frutas e vegetais, respectivamente, enquanto 40% reduziram a ingestão de alimentos produzidos fora de casa. A maioria (96%) percebeu um risco adicional à produção de alimentos após o desastre, principalmente de origem química (83%) e biológica (29%). Prejuízos financeiro (69%) e psicológico (55%) assim como risco à saúde (39%) foram mencionados com maior frequência. A maioria considerou a qualidade da AAP ruim (30%) ou razoável (52%) e 77% afirmaram que ela pode causar algum tipo de dano nos alimentos, principalmente redução da sua qualidade (53%). Uma parcela (59%) não acredita em informações sobre a portabilidade da AAP. Conclui-se que as mudanças de comportamento estão provavelmente associadas à percepção negativa dos relacionada à qualidade e segurança de alimentos e água, à preocupação com os riscos à saúde, bem como à falta de confiabilidade na informação divulgada.