Tese
Às (as) margens da língua: faces do deslocamento no universo estético de Sylvia Molloy e Laura Alcoba
Autor
Moura, Dayane Campos da Cunha
Institución
Resumen
This work aims to make a compared analysis between the works of two Argentinian
writers, Sylvia Molloy and Laura Alcoba, who have lived outside the country for decades. The
authors discuss in their writing the relations between subjectivity, territory and language[s]
regarding different sides of displacement, experienced and treated by each author under a
particular bias as well as keeping close relationships with regard to the importance of memory
– and forgetting -, of reading and writing as ways of inscribing in certain networks of meaning
and affiliations. Therefore, we centered our analytical path on the following books: El común
olvido (2002) by Sylvia Molloy which constitutes the thread from which we weave relationships
with other texts written by her, notably, Vivir entre lenguas (2015), Desarticulaciones (2010),
Em breve cárcere (1995[1981]) and Citas de lectura (2017). Taking into account Laura
Alcoba’s writings, the corpus includes La casa de los conejos (2008), El azul de las abejas
(2014) and La danza de la araña (2017). It is important to enhance that all of them were
originally published in French in 2007, 2013 and 2017 respectively. The mapping of paths and
procedures intends to show how writing practice, permeated by experience, reinvents ties with
the national territory and with literary field. It is the text, woven with patches, fragments,
absences and silences, that forges a place from which they draw other landscapes and find
unique ways to express pain, wound, fear, losses and human nakedness. From this place, on the
margins of language without however abandoning it, there is a possibility of listening that is
also hospitality to what those who were prevented from speaking have to say. Esta tese propõe uma análise comparativa entre as obras de duas escritoras argentinas,
Sylvia Molloy e Laura Alcoba, que vivem há décadas fora do país e problematizam em sua
escrita as relações entre subjetividade, território e língua[s], a partir de diferentes faces do
deslocamento, vivenciado e tratado por cada autora sob um viés particular, mas guardando
estreitas relações no que diz respeito à importância da memória – e do esquecimento −, da
leitura e da escrita como modos de se inscrever em determinadas redes de sentido e filiações.
Para tanto, centramos nosso percurso analítico nos seguintes livros: El común olvido (2002), de
Sylvia Molloy, que constitui o fio a partir do qual tecemos relações com outros textos da
escritora, notadamente, Vivir entre lenguas (2015), Desarticulaciones (2010), Em breve
cárcere (1995[1981]) e Citas de lectura (2017); no caso de Laura Alcoba, o corpus contempla
La casa de los conejos (2008), El azul de las abejas (2014) e La danza de la araña (2017),
todos eles publicados originalmente em francês nos anos de 2007, 2013 e 2017,
respectivamente. O mapeamento de percursos e procedimentos tem por objetivo evidenciar
como a prática escritural, permeada pela experiência, reinventa os laços com o território
nacional e com o campo literário. É o texto, tecido com retalhos, fragmentos, ausências e
silêncios, que forja um lugar a partir do qual desenham outras paisagens e encontram caminhos
singulares para dizer a dor, a ferida, o medo, as perdas, a desnudez do humano. Desse lugar, às
margens da língua, sem, porém, abandoná-la, se abre uma possibilidade de escuta que é também
hospitalidade ao que nos têm a dizer aqueles que foram impedidos de falar