Tese
O Terreiro além-muros, floresta adentro: deslocamentos e adaptações de Terreiros, o caso do Parque Ecológico dos Orixás
Autor
Oliveira, Elza Aparecida de
Institución
Resumen
The purpose of this thesis is discuss the link between religion and space in the context of
Candomblé. Considering the fact that these spaces are multiples, such as “terreiros” (meeting
points) or outside spaces. Candomblé is a religion inherited from the African diaspora. it is
necessary to explain and describe how “Candomblé” built your space as a territory in the new
continent and also turned into a mythical, religious, resistant and ancestral space. This thesis
will explain the history of Candomblé as a religion derived from the ritual ceremony to the
“Orixás” realized in Africa, and that in Brazil it received its own characteristics.
We will discuss the first movements as “Calundu” (XVII century), then the private rituals in
slave quarters and finally its structuring when it becomes a public ritual (XIX century) in cities
(city center and periphery). From that point, this thesis analyses the displacements and
adaptations of “Candomblé” to new ritual spaces, as for example, the “Parque Ecológico dos
Orixás” (PEO) in Magé, Rio de Janeiro. This space was created as an institutional reaction
against oppression and repression, trying to solve demands for spaces of expression so needed
for the “Terreiros”. A presente tese busca se debruçar sobre a relação entre religião e espaço dentro do universo
religioso do Candomblé. Levando em consideração que esses espaços são múltiplos e revestidos
de densidades religiosas variadas, podem ser os próprios terreiros (intramuros/fixos) ou espaços
fora deles (extramuros/fluxos). Para tal fim, levando em consideração que o Candomblé é uma
religião fruto da diáspora africana, se faz necessário entender e descrever como o Candomblé
construiu seu espaço enquanto território no novo continente e como ele se transfigura em espaço
mítico, religioso, histórico, ancestral e de resistência. Também será descrito a própria história
do Candomblé enquanto religião reminiscente do culto aos Orixás, cultuada em África e que
recebe no Brasil contornos próprios. Trataremos desde seus primeiros movimentos como
calundu (séc. XVII), culto privado ainda dentro das senzalas, até sua estruturação e ampliação
quando se torna culto público (séc. XIX) migrando para as cidades (centros e periferias). A
partir disso, esta tese analisa os trânsitos, deslocamentos e adaptações do Candomblé, para
novos espaços de culto, a exemplo o Parque Ecológico dos Orixás (PEO) em Magé, no Rio de
Janeiro. Espaço que surge como uma reação institucional frente aos entraves e cerceamentos,
na tentativa de resolver demandas por espaços de expressão tão urgente para os Terreiros na
contemporaneidade.