Esta pesquisa teve por objetivo entender o alcance das perspectivas femininas de poder, conceito trabalhado pelas teorias de gênero de Relações Internacionais, no comportamento dos líderes de Estado. O estudo concentrou-se na atuação de líderes de cinco países durante os seis primeiros meses da pandemia da COVID-19, onde rápidas tomadas de decisão e políticas firmemente aplicadas foram diferenciais dos países que tiveram bons resultados na contenção do vírus que se espalhava rapidamente pelo globo. Concluiu-se que, as tomadas de decisão feitas com o objetivo de preservar vidas, se relacionam com a definição de poder sob as teorias de gênero, que diferenciam a visão do termo “poder” dos conceitos de dominação, violência e masculinidade. Além disso, o estudo evidenciou que o poder enquanto sinônimo de comunicação, transparência e empatia não é algo exclusivo da postura das lideranças femininas, mas também de alguns líderes masculinos. Essa constatação reforçou a tese de que esses comportamentos contribuíram para o sucesso desses líderes no enfrentamento do coronavírus, devido ao sucesso desses líderes em controlar a pandemia em seus Estados. A metodologia utilizada para que tais conclusões fossem encontradas focou no método comparativo, usufruindo não apenas do método da diferença, mas também do método da concordância/semelhança. Ao final, o estudo faz um apelo pela valorização e reconhecimento da importância das perspectivas femininas de poder no âmbito da segurança internacional. A crise sanitária de 2020 destacou a necessidade que o mundo tem de líderes capazes de lidar não apenas com os desafios políticos conhecidos, mas também com situações inesperadas e mudanças cada vez mais repentinas.