TCC
Castração química e pedofilia à luz da ponderação de princípios: pode o estado atingir a integridade física de um cidadão em prol da segurança pública?
Registro en:
COELHO, Alan Pedro Mendes. Castração química e pedofilia à luz da ponderação de princípios: pode o estado atingir a integridade física de um cidadão em prol da segurança pública? 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2019.
Vieira, Hector Luís Cordeiro
Autor
Coelho, Alan Pedro Mendes
Institución
Resumen
Este trabalho tem como objetivo examinar a compatibilidade da castração química
frente ao ordenamento jurídico brasileiro quando prevista como punição aos criminosos sexuais
diagnosticados com o transtorno pedofílico. Para tanto, o estudo apresentará, primeiramente, as
características da pedofilia e os fatores que possibilitaram a sua popularização nos tempos
atuais, bem como analisará as implicações jurídicas no momento em que os impulsos sexuais
de um pedófilo deixam de ser meras fantasias. Além disso, desenvolverá um extenso conteúdo
a respeito da evolução social e jurídica da criança e do adolescente dentro dos papéis de uma
sociedade, destacando os fatores materiais responsáveis pelo desencadeamento de diplomas
normativos em defesa dos infantes, a nível internacional e nacional. No que tange à castração
química, após expostos o seu conceito e o seu histórico, a pesquisa terá como referência os
Projetos de Lei enviados à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, bem como se utilizará
do Direito comparado para contextualizar o tratamento dado à castração química nas legislações
internacionais. Adentrando ao ponto chave da Monografia, o estudo se pautará preliminarmente
nas balizas de um Estado Democrático de Direito e nas Teorias que apoiam o Sistema Penal
vigente, recorrendo às bases da Criminologia Crítica e às características do Constitucionalismo
Moderno, a fim de expor uma análise sobre os pressupostos que autorizam ou limitam a atuação
do Poder Estatal, para, então, abrir o debate a respeito da problemática principal. Neste
momento, a castração química será analisada à luz dos critérios da ponderação de princípios
para responder ao seguinte questionamento: O Estado tem poderes para atingir a integridade
física de um sujeito em prol da segurança pública? Desse modo, verificou-se que a castração
química não tem o condão de mitigar a integridade física, pois, ao ser avaliada sobre os critérios
do princípio da proporcionalidade, percebe-se a existência de meios menos agressivos e capazes
de atingir o mesmo fim proposto pela medida.