TCC
O silêncio em análise
Registro en:
HENRIQUES, Regina Maria. O silêncio em análise. 2012. 58 f. Monografia (Graduação em Psicologia) – Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2012.
Autor
Henriques, Regina Maria
Institución
Resumen
Estudar a Psicanálise Contemporânea requer considerar as implicações da contemporaneidade na constituição do sujeito singular que busca a análise com fins terapêuticos. A sociedade atual vive um processo de ocidentalização com foco no desenvolvimento econômico, sendo retratada como a sociedade do espetáculo, na qual prevalece a cultura do narcisismo. Como elementos que compõem a subjetividade neste contexto, destacam-se o acentuado autocentramento individualista e o grande valor dado a uma estética midiática. O sujeito formado nesta sociedade está saturado de imagens e afoga na mídia suas inquietações, antes mesmo de expressá-las a si mesmo, em palavras. O mutismo psíquico precisa ser tocado, o silêncio precisa ser quebrado para que o corpo falante desfrute da própria vida. A Clínica Psicanalítica de cunho lacaniano se faz valer do conceito de discurso analítico como referencial para o percurso do sujeito em análise. A teorização dos discursos possibilitou discernir melhor o que ocorre na relação transferencial e no encaminhamento do processo de análise, levando a uma nova
compreensão das possibilidades clínicas. Não se trata de conhecimento e, sim, de um saber que só é apreendido na realidade discursiva do analisando, do seu saber inconsciente. O trabalho analítico com o inconsciente, com os significantes de um sujeito cindido pela linguagem, poderá promover mudanças na posição subjetiva em que ele se coloca. O
analista sabe que é preciso “escutar o que está além da palavra, escutar o silêncio, promover a fala” (FREITAS, 2004, p. 3), para desencadear o processo analítico. Constata se
que “o silêncio surge na metapsicologia do processo analítico sob diferentes modalidades” (OLIVEIRA, 2009, p. 118). A lógica do analista e da própria Psicanálise é a lógica do não-saber do outro que leva à construção do saber pelo analisando, no ato
analítico, a partir do silêncio. (MOURÃO, 2004). O silêncio, portanto, está presente no setting terapêutico e “seus efeitos são tão decisivos quanto os da palavra efetivamente
pronunciada.” (NASIO, 2010, p. 7).