TCC
Paternidade biológica e socioafetiva: análise de casos
Autor
Santos, Marco Thúlio Dos
Institución
Resumen
O julgamento de demandas relativas à paternidade é tarefa complexa para o Judiciário. A
paternidade socioafetiva é tema atual e que nasceu devido à nova concepção de família, a família
afetiva. Por ser de natureza sociológica interpretativa, a socioafetividade não comporta
regulamentação específica que estabeleça a sua órbita de atuação, sendo questão de solução
interpretativa doutrinária e jurisprudencial. Devido a esta natureza, as decisões dos tribunais têm
se mostrado divergentes quanto à aplicação. O escopo do presente trabalho é analisar dois
acórdãos, um do TJDFT e outro do TJRS, com premissas fáticas semelhantes, porém com
decisões diametralmente antagônicas. A situação fática dos julgados é a seguinte: um homem,
mediante erro, registra como seu filho, criança que desconhecia não o ser. Ao descobrir a verdade
real, ingressa com ação negatória de paternidade. Para o TJDFT, há de ser julgado procedente o
pedido em virtude da prevalência da paternidade biológica. Para o TJRS, há de ser julgado
improcedente, caso haja sido constituída a paternidade socioafetiva, visto a verdade afetiva
prevalecer sobre a biológica. Devido à divergência, algumas indagações vêm à baila. Qual
paternidade deve prevalecer? As decisões se coadunam com os princípios de direito de família,
como melhor interesse da criança, dignidade da pessoa humana, igualdade entre filhos e
liberdade? Para resposta das referidas indagações se faz necessário o exame detido dos
argumentos utilizados por cada Tribunal em sede de acórdão.