O fenol (C6H6O) e o xileno (C8H10) são compostos tóxicos presentes em diversos poluentes industriais, que podem causar tanto intoxicações agudas, crônicas e câncer. Compostos fenólicos estão também presentes na matéria orgânica de galhos de árvores, cascas, como a lignina. Na decomposição dessa matéria orgânica, vários microorganismos estão relacionados, entre eles os que degradam os compostos fenólicos. Sendo assim, este trabalho visa a bioprospecção e o estudo de micro-organismos, a partir de amostras de solos de uma floresta semidecidual da região de Dourados-MS com potencial de degradação de fenol. O solo foi previamente enriquecido em cultivo líquido com fenol e para o isolamento usou-se o meio sólido Bushnell e Haas (BH), fenol na concentração de 650 L.L-1 como única fonte de carbono e como indicador de atividade metabólica usou-se neste meio o composto DCPIP (2,6-dichlorophenol-indophenol). Os isolados foram identificados pelo método morfotintorial de Gram e testes bioquímicos como catalase e oxidase. Neste trabalho isolou-se 16 bactérias, sendo 5 cocos Grampositivos e catalase positiva e 11 bastonetes Gram-negativos oxidase positiva que foram testados em meio BH líquido, com o indicador DCPIP e uma fonte de carbono, fenol ou xileno. Verificou-se a transformação da cor (oxidação) do DCPIP de azul para incolor por 87,3% das bactérias em ambas as fontes de carbono. Com os mesmos isolados, testou-se o corante alaranjado de metila. Diante dos resultados apresentados verificou-se que é possível observar o potencial para degradação do fenol e xileno, visto que a atividade metabólica dos micro-organismos transformou a coloração do DCPIP mesmo que este ambiente não tenha sido previamente contaminado com poluentes (industriais), como fenol ou xileno, mostrando assim que a capacidade de utilização de compostos tóxicos por micro-organismos ocorre devido à semelhança destes a compostos naturais.