Trabalho de Conclusão de Curso
A Participação dos Estados Unidos no golpe de estado de 1964 no Brasil: a operação Brother Sam
The United States' participation in the 1964 coup d'état in Brazil: operation Brother Sam
Registro en:
FARIA, Thamires Riter de. A Participação dos Estados Unidos no golpe de estado de 1964 no Brasil: a operação Brother Sam. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Relações Internacionais) – Faculdade de Relações Internacionais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2018.
Autor
Faria, Thamires Riter de
Institución
Resumen
In Latin America, the twentieth century was marked by repressive and totalitarian regimes. In Brazil, torture was institutionalized and ensured a state constituted in illegality during the military regime, which began on March 31, 1964. During this period, which was also the Cold War period, Brazilian conservative groups positioned themselves with the United States in the fight against communism. Fighting this ideology was, for those who did it, defending democracy. However, it was through the justification that communism should be combated at whatever cost that the establishment of the military dictatorship was allowed. If in theory the military regime saved Brazil from the communists, in reality it guaranteed the survival of twenty-one years of an illegitimate, repressive and violent state with which the United States was conniving. In addition to recognizing the coup after it’s installation, the north american country also participated in the conspiracy that triggered it. Contingency Plan No. 2-61, which outlined possible actions in the case of "attempt to change the disposition of the brazilian regime," later gave rise to Operation Brother Sam, who provided support to brazilian conspirators. This paper examines Operation Brother Sam and its importance to the understanding of international relations between Latin America and the United States during the Cold War period. This analysis was done through the reading of official documents of the US government and literature review. The methodology used allowed it to understand that the US involvement in the conspiracy, that led to the coup of 1964 in Brazil, is configured as a mechanism for the continuity of imperial and colonial relations, by denying the right to the autonomy of subalternized peoples and by guaranteeing the interests of the internal ruling classes and the dominant sectors of the capitalist nation of the Cold War: The United States. Na América Latina, o século XX foi marcado por regimes repressivos e totalitários. No Brasil, a tortura foi institucionalizada e garantiu um Estado constituído na ilegalidade durante o regime militar, que teve início em 31 de março de 1964. Nesse período, que também era de Guerra Fria, grupos conservadores brasileiros posicionaram-se junto aos Estados Unidos na luta contra o comunismo. Combater essa ideologia era, para os que o faziam, defender a democracia. Entretanto, foi através da justificativa de que o comunismo deveria ser combatido a qualquer custo que a instalação da ditadura militar foi permitida. Se em tese, a ditadura militar salvou o Brasil dos comunistas, na realidade ele garantiu a sobrevivência de vinte e um anos de um Estado ilegítimo, repressivo e violento, com o qual os Estados Unidos foram coniventes. Além de reconhecer o golpe depois de sua instalação, o país norte-americano também participou da conspiração que o desencadeou. O Plano de Contingência nº2-61, que traçava possíveis ações para o caso de “tentativa de mudança do caráter do regime brasileiro”, mais tarde originou a Operação Brother Sam, que fornecia suporte para os conspiradores brasileiros. Este trabalho analisa a Operação Brother Sam e a importância dela para a compreensão das relações internacionais entre a América Latina e os Estados Unidos durante o período de Guerra Fria. Esta análise foi feita através da leitura de documentos oficiais do governo estadunidense e de revisão bibliográfica. A metodologia utilizada possibilitou a compreensão de que o envolvimento dos EUA na conspiração que levou ao golpe de 1964 no Brasil se configura como um mecanismo de continuidade das relações imperiais e coloniais, por meio da negação do direito à autonomia dos povos subalternizados e da garantia dos interesses das classes dominantes internas e dos setores dominantes da nação capitalista da Guerra Fria: os Estados Unidos.