Dissertação
Seletividade e criminalização secundária de indígenas na região de fronteira: uma perspectiva criminológica
Selectivity and secondary criminalization of indigenous peoples in the border region: a criminological perspective
Registro en:
CORDAZZO, Karine. Seletividade e criminalização secundária de indígenas na região de fronteira: uma perspectiva criminológica. 2019. 101 f. Dissertação (Mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos) – Faculdade de Direito e Relações Internacionais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2019.
Autor
Cordazzo, Karine
Institución
Resumen
The present dissertation proposes, through a criminological perspective, especially critical criminology, to raise the debate about the selectivity and secondary criminalization of indigenous people, but above all, how the criminalization agencies, official and underground, are oriented towards massacre and maintenance of an ethnically considered caste system. In fact, the natives figure as one of the main targets of this massacre in an eyedropper, thus, since corpses are the only reality, the current system of criminal justice has done nothing more than to manage and control these dispossessed bodies. Lastly, ethnic stigma today amounts to the stigma of crime. The sum of several factors, such as being a man, a young man and an indigenous person, has become the ideal formula for discrimination, thus enabling indigenous people to be considered suspects, detained, interrogated and even sentenced for the simple fact of having the ethnic stigma that has now become the criminal stigma. They committed a single crime, the crime of being indigenous, the social pariah of postmodernity. A presente dissertação propõe, através de uma perspectiva criminológica, especialmente da criminologia crítica, levantar o debate acerca da seletividade e criminalização secundária de indígenas, mas, sobretudo, como as agências de criminalização, oficiais e subterrâneas, são orientadas para o massacre e para à manutenção de um sistema de castas etnicamente considerado. Em verdade, os indígenas figuram como um dos principais alvos desse massacre em conta-gotas, desta forma, sendo os cadáveres a única realidade, o atual sistema de justiça criminal nada mais tem feito do que gerenciar e controlar estes corpos despossuídos. Por fim, o estigma étnico equivale hoje ao estigma da criminalidade. A somatória de vários fatores como ser homem, jovem e indígena se tornou a fórmula ideal para a discriminação, possibilitando, assim, que indígenas sejam considerados suspeitos, detidos, interrogados e até sentenciados pelo simples fato de ter o estigma étnico que agora se transformou no estigma criminal. Cometeram um único crime, o crime de ser indígena, o pária social da pós-modernidade. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)