Dissertação
Uma Leitura discursiva do Jornal AJIndo: relação de poder e resistência
Registro en:
CAMPOS, Elcia Tatiane Pazeto Puks. Uma Leitura discursiva do Jornal AJIndo: relação de poder e resistência. 2013. 141 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Comunicação, Artes e Letras, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2013.
Autor
Campos, Elcia Tatiane Pazeto Puks
Institución
Resumen
This paper aims to analyze how discourses circulate in indigenous communities of Dourados, MS, specifically, those built in AJIndo Newspaper. Local circulation and monthly publication, printed and electronic, the AJIndo is the first newspaper inserted in the overall device of information written by young indigenous members of Indigenous Youth Action of Dourados (IYA), of the Indigenous Place. Especially, we will intend to understand the discursive practices, in their social and historical context of the meaning production, that determine what can and what must be said. Based on the French Discourse Analysis (DA), represented by Michel Pêcheux, and Michel Foucault‟s archegenealogical methods, it was mobilized concepts of discourse, ideology, discursive formation, and inter intradiscourse – of DA; and the concepts of enunciation, history, power, resistance - of Foucault. The objective was to operationalize the analysis of the corpus built (or, better, in construction) from the poem "violence", through the notion-concept of thematic way. The corpus is made, mainly, of a set of texts of the AJIndo Newspaper, online available, composed of texts, enunciations and images. Above all, discourse analyzes are made followed by theoretical reflections on Jacques Guilhaumou, Denise Maldidier and Boaventura de Sousa Santos‟ Postcolonial Studies. That said, discursive reading of AJIndo Newspaper is characterized in apprehending the discourses in light of consistency and social and historics contradictions of meaning production, in other words, discourse as a social practice. A presente dissertação tem como finalidade interpretar como circulam os discursos, no interior das comunidades indígenas de Dourados, MS, mais especificamente, aqueles construídos no jornal AJIndo. De circulação local e publicação mensal, impresso e eletrônico, o jornal AJIndo constitui o primeiro jornal inserido no dispositivo geral da informação escrito por jovens indígenas integrantes da Ação de Jovens Indígenas de Dourados - AJI, da Reserva. Especialmente, buscam-se compreender as práticas discursivas, em seu contexto social e histórico de produção do sentido, que determinam o que pode e o que deve ser dito. Fundamentado na Análise de Discurso Francesa (AD), representada por Michel Pêcheux, e nos métodos arquegenealógico de Michel Foucault, mobilizaram-se conceitos de discurso, ideologia, formação discursiva, inter e intradiscurso – da AD; e os de enunciado, história, poder, resistência – de Foucault. O objetivo foi operacionalizar as análises do corpus construído (ou, melhor, em construção) a partir do tema “violência”, por meio da noção-conceito de trajeto temático. O corpus constitui-se em doze edições (16ª a 27ª edição que correspondem o eixo cronológico de maio de 2009 a setembro de 2011) de um conjunto de textos do jornal AJIndo, disponíveis on-line, composto de textos, enunciados e imagens. Sobretudo, as interpretações se fazem seguidas de reflexões teóricas em Jacques Guilhaumou, Denise Maldidier e dos Estudos Pós-coloniais de Boaventura de Sousa Santos. Isso posto, a leitura discursiva do jornal AJIndo caracteriza-se em apreender os discursos em sua coerência e contradições sociais e históricas de produção dos sentidos, ou seja, o discurso enquanto prática social.