dc.description | O número de indivíduos que utilizam a internet tem crescido, junto a isso tantas outras novas tecnologias de informação surgem. Tal avanço gerou possibilidades diversas para criação e divulgação de conteúdo, e mais, as novas possibilidades permitem que esse mesmo conteúdo alcance tipos diferentes de público em territórios distintos que, no ambiente digital, conseguem compartilhar das mesmas informações. Os blogs e as redes sociais surgem, então, como palco onde tais discussões se expandem, constituindo-se como um novo local de produção de conteúdo. Quanto à moda, pensar sobre ela é o mesmo que pensar em diferentes setores da vida em sociedade, dentro e fora do mundo virtual. Mas dentro do virtual, especificamente, significa considerar que diante das mais variadas formas de utilização das ferramentas de comunicação na internet, os influenciadores digitais que falam de moda podem ser considerados uma vertente de destaque, visto que o surgimento de páginas relacionadas a esse tipo de conteúdo cresceu consideravelmente nos últimos dez anos. Nesse contexto, esta pesquisa visa compreender de que forma as influenciadoras digitais de moda transformam sua visibilidade na internet em um negócio rentável, especialmente na região Nordeste. Para isso, foram escolhidas três influenciadoras, de três estados diferentes – Sergipe, Bahia e Ceará. Metodologicamente esse trabalho é configurado como um estudo de casos múltiplos – com base nos estudos de Yin (2015) –, além de serem utilizados, para a análise de resultados, procedimentos baseados em Bardin (1977) referentes ao campo da Análise de Conteúdo. Com um recorte que abrange todas as publicações relacionadas à categoria Moda em seus blogs e também nas redes sociais a eles atreladas (Youtube e Instagram) feitas no período de setembro a dezembro de 2016, a análise identificou as postagens sinalizadas como publicidade e as que não são sinalizadas como tal para, a partir de então, perceber que tipo de empresa utiliza de tais possibilidades virtuais para a divulgação de seus produtos, além de compreender quais as ações mais utilizadas por tais influenciadoras nas parcerias com as marcas, bem como as semelhanças e divergências entre seus negócios. Com base nos estudos sobre moda e beleza de Barnard (2003) e Wolf (1992), nos trabalhos sobre cibercultura e redes sociais de Lemos (2002; 2004; 2008), Lévy (1999) e Recuero (2012), e nos estudos sobre marketing digital de Torres (2009) e Vaz (2012), além de outros pesquisadores, buscou-se compreender a presença desses indivíduos em suas páginas, não apenas como criadores de conteúdo, mas especialmente como donos de espaços pessoais que se transformam em um espaço de publicidade rentável. Pôde-se, então, concluir que, ainda que atuando na região Nordeste, as influenciadoras firmam parcerias com marcas de todo o país, geralmente por meio de campanhas exclusivamente digitais, sendo maior a variedade de parcerias quando há maior visibilidade, e que, embora trabalhando no mesmo ambiente – o virtual –, cada influenciadora firma seus próprios objetivos, e as estratégias para alcançá-los também são particulares em cada modelo de negócio. | |