dc.contributorRamalho, Christina Bielinski
dc.creatorTrindade, Antonio Marcos dos Santos
dc.date2022-03-25T00:34:56Z
dc.date2022-03-25T00:34:56Z
dc.date2021-10-14
dc.date.accessioned2023-09-28T22:56:48Z
dc.date.available2023-09-28T22:56:48Z
dc.identifierTRINDADE, Antonio Marcos dos Santos. A poética de Dona Caçula: autoria feminina e universo temático do Romanceiro Sergipano. 2021. 477 f. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2021.
dc.identifierhttps://ri.ufs.br/jspui/handle/riufs/15220
dc.identifier.urihttps://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/9081132
dc.descriptionIn this study, I propose to defend the thesis that the Romanceiro Sergipano (the book O Folclore em Sergipe), collection of traditional ballads collected by Jackson da Silva Lima and published by him in 1977, constitutes a great mestizo rhapsody, sung mainly by women. My hypothesis is, then, that the female universe, both in the authorship of the collection and its thematic field, is what structurally characterizes this award-winning collection of Ibero-Brazilian popular poetry. Through literary analysis (aesthetic) – that is: through the study of the literary plan of the transcriptions of the chants, as well as the presentation of some photographs and the analysis, among them, of one that presents a performance, considered by me as the real “form” of the genre –, I intend to show that the interpreters of the poems, among which are predominantly black and “brown”, although also white and “pardo” (brown), all coming from the most varied social classes, forming an arc that goes from beggar, prostitute and rural workers to public employees, far from being just passive carriers and transmitters of the tradition, they are rather truly authors of the poems they sing, leaving their stylistic, sexual and cultural marks in the ways in which they reconfigure thematic sequences, characterize the characters and guide the narratives to the outcome, constituting these steps what I am symbolically calling “The poetics of D. Caçula”, name of the interpreter who sang the gratest number of poems to collect. So, from this collection, I formed a poem corpus consisting of 51 versions of 10 ballads, 5 from the Iberian tradition plus 5 from the national tradition. They are: Juliana, O Conde da Alemanha, Leonora, Iria a Fidalga and A Moreninha (Iberian tradition), O Caso de João Alves Flor; Aninha; José e Maria; João e Maria and Marido Infeliz (national tradition). My approach, therefore, is not the historical-philological one, common in balladistic studies, concerned with finding the sources of the European literary archetypes of these popular chants. This type of approach leads to see the Brazilian versions of the ballads as “mistake”, in the sense of distancing themselves from their Iberian models. The approach I have in mind is the literary (poetic), which, considering the differences in the versions of those who sing them as copyright marks, “creative wander”, seeks to value them in the analysis of the thematic content, style and compositional structure of the texts, in order to understand them in their deep relations with Brazilian culture and literature and with authors, their interpreters. Thus, relying on several authors, including R. Menéndez Pidal, Ria Lemaire, Alvanita Almeida Santos, Paul Zumthor, amog others, I intend to defend the hypothesis that the traditional ballad with a “novelesque” theme is inextricably related to the female universe, in this way revolving, as a result, around conflicts referent to family issues – marriage, betrayals, frustrated loves etc. –, playing an ambiguous formative (playful and paidetic) role, in the identity constitution of the woman who sings it.
dc.descriptionProponho, neste estudo, defender a tese de que o Romanceiro Sergipano (o livro O Folclore em Sergipe), recolha de romances tradicionais coligidos por Jackson da Silva Lima e por ele publicados em 1977, constitui uma grande rapsódia mestiça, cantada sobretudo por mulheres. Minha hipótese é, pois, de que o universo feminino, tanto na autoria da coletânea quanto em seu campo temático, é o que caracteriza estruturalmente essa coleta premiada de poesia popular ibero-brasileira. Através da análise literária (estética) – isto é: através do estudo do plano literário das transcrições dos cantos, bem como da apresentação de algumas fotografias e da análise, dentre elas, de uma que apresenta uma performance, considerada por mim como a “forma” real do gênero –, pretendo mostrar que as intérpretes dos poemas, entre as quais se encontram predominantemente negras e “morenas”, embora também brancas e “pardas”, todas provenientes das mais variadas classes sociais, perfazendo um arco que vai de mendiga, prostituta e roceiras a funcionárias públicas, longe de serem apenas portadoras e transmissoras passivas da tradição, são antes verdadeiramente autoras dos poemas que cantam, deixando suas marcas estilísticas, sexuais e culturais nos modos pelos quais elas reconfiguram as sequências temáticas, caracterizam as personagens e conduzem as narrativas para o desfecho, constituindo esses passos o que estou chamando simbolicamente de “A poética de D. Caçula”, nome da intérprete que cantou o maior número de poemas para recolha. Para tanto, a partir dessa coletânea, formei um corpus poemático constituído por 51 versões de 10 romances, 5 da tradição ibérica mais 5 da tradição nacional. São eles: Juliana, O Conde da Alemanha, Leonora, Iria a Fidalga e A Moreninha (tradição ibérica), O Caso de João Alves Flor; Aninha; José e Maria; João e Maria e Marido Infeliz (tradição nacional). Minha abordagem, portanto, não é a histórico-filológica, comum nos estudos romancísticos, preocupada em encontrar as fontes dos arquétipos literários europeus desses cantos populares. Esse tipo de abordagem leva a ver as versões brasileiras dos romances como “erros”, no sentido de se distanciarem de seus modelos ibéricos. A abordagem que tenho em mira é a literária (poética), a qual, considerando as diferenças nas versões de quem os canta como marcas autorais, “errâncias criativas”, procura valorizá-las nas análises do conteúdo temático, do estilo e da estrutura composicional dos textos, a fim de compreendê-los em suas profundas relações com a cultura e a literatura brasileiras e com as autoras, suas intérpretes. Assim, apoiando-me em vários/as autores/as, entre os/as quais R. Menéndez Pidal, Ria Lemaire, Alvanita Almeida Santos, Paul Zumthor, entre outros/as, pretendo defender a hipótese de que o romance tradicional de temática “novelesca” está relacionado indissociavelmente ao universo feminino, girando, desse modo, sempre em torno de conflitos referentes a questões de família – casamento, traições, amores frustrados etc. –, desempenhando um papel formativo (lúdico e paidético) ambíguo, na constituição identitária da mulher que o canta.
dc.descriptionSão Cristóvão
dc.formatapplication/pdf
dc.languagepor
dc.publisherPós-Graduação em Letras
dc.publisherUniversidade Federal de Sergipe
dc.subjectLiteratura brasileira
dc.subjectHistória e crítica
dc.subjectEscritoras
dc.subjectMulheres
dc.subjectColeções literárias
dc.subjectRomance tradicional
dc.subjectAutoria feminina
dc.subjectUniverso temático
dc.subjectTraditional ballad
dc.subjectFemale authorship
dc.subjectThematic universe
dc.subjectLINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
dc.titleA poética de Dona Caçula: autoria feminina e universo temático do Romanceiro Sergipano
dc.typeTese


Este ítem pertenece a la siguiente institución