Artigo
Níveis de ácido linoleico e ácido linolênico em dietas para tambaqui (Colossoma macropomum)
Levels of linoleic acid and linolenic acid in diets for tambaqui (colossoma macropomum)
Registro en:
PAULINO, R. R. Níveis de ácido linoleico e ácido linolênico em dietas para tambaqui (Colossoma macropomum). 2017. 87 p. Tese (Doutorado em Zootecnia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2016.
Autor
Paulino, Renan Rosa
Institución
Resumen
Fish, like other vertebrates, are not able to synthesize fatty acids of the n-6 and
n-3 series again, and require supplementation in their diet. Unlike marine fish,
freshwater tropical fish demand linoleic (LA, C18:2n-6) and linolenic (ALA,
C18:3n-3) fatty acids, since they are capable of elongate and desaturate these
precursors to compounds with higher biological value. The LA is the precursor
of ARA (C20:4n-6) and ALA precursor of EPA (C20:5n-3) and DHA (C22: 6n-3), and these precursors of 18 carbons compete for the same elongases and
desaturates. Therefore, besides providing each separate precursor, the relation
between them is of great importance. Furthermore, fish is among the main
sources of EPA and DHA in human nutrition, which are metabolically essential
compounds and of great importance in health maintenance. Thus, the objective
was to evaluate the effect of the ratio of n-6/n-3 fatty acids dietary on
performance, morphometric parameters, bromatological composition, plasma
lipoproteins, energetic metabolism and fatty acid profile in liver and fillet of
tambaqui (Colossoma macropomum). An experimental trial was conducted with
iso-protein and iso-lipidic diets, in which six diets were with different ratios of
LA/ALA (3.1; 3.8; 5.0; 7.2; 12.0; and 26.9) and a control diet with fish oil.
There were no differences observed in performance, morphometric parameters
and plasma lipoproteins of animals fed with the LA/ALA or control ratios,
except HDL-C, which was lower in 3.8 ratio than in 3.1 or 5.0 (P<0.05). Blood
glucose was higher in the fish fed with the 7.2 ratio (P<0.05). Furthermore, it
was observed an effect on the glucose content in the muscle of tambaqui, being
lower in fish fed with the 26.9 ratio (P<0.05). The measurements of composition
showed that the protein in carcass was lower in fish fed with the control diet and
3.1 ratio (P<0.05). In general, the liver fatty acids reflected the composition of
fatty acids of the diet. The LA/ALA ratio affected the fatty acid profile and the
nutritional quality of tambaqui fillet. The EPA content decreased with the
increase of LA/ALA ratio of the dietary. The higher concentration of ARA,
DHA and EPA+DHA in the fillet was observed in animals fed with the LA/ALA
ratio of 5.0, among the fish fed with vegetable oil. In conclusion, the 5.0
LA/ALA ratio is the best for young tambaqui, which besides not affecting
performance or metabolism, this ratio improves the nutritional quality of fish for
human consumption. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Os peixes, assim como os outros vertebrados, não são capazes de sintetizar de
novo os ácidos graxos da série n-6 e n-3 e, consequentemente, requerem sua
suplementação na dieta. Diferente dos peixes marinhos, os peixes tropicais de
água doce apresentam exigência de ácidos graxos linoleico (LA, C18:2n-6) e
linolênico (ALA, C18:3n-3), uma vez que são capazes de alongar e dessaturar
esses precursores em compostos de maior valor biológico. O LA é precursor do
ARA (C20:4n-6) e o ALA do EPA (C20:5n-3) e DHA (C22:6n-3), visto que
esses ácidos graxos de 18 carbonos competem pelas mesmas alongases e
dessaturases. Portanto, além do fornecimento de cada precursor separado, a
relação entre eles é de grande importância. Além disso, os peixes estão entre as
principais fontes de EPA e DHA, na nutrição humana, que são compostos,
metabolicamente, essenciais e de grande importância à manutenção da saúde.
Assim, objetivou-se avaliar o efeito da relação de ácidos graxos n-6/n-3 dietética
no desempenho, parâmetros morfométricos, composição bromatológica,
lipoproteínas plasmáticas, metabolismo energético e perfil de ácidos graxos no
fígado e filé de tambaquis (Colossoma macropomum). Foi realizado um ensaio
experimental, com dietas isoproteicas e isolipídicas, sendo seis dietas com
diferentes relações LA/ALA (3,1; 3,8; 5,0; 7,2; 12,0; e 26,9) e uma dieta
controle com óleo de peixe. Não foram observadas diferenças no desempenho,
parâmetros morfométricos e nas lipoproteínas plasmáticas dos animais
alimentados com as relações LA/ALA ou controle, exceto HDL-C, que foi
menor na relação 3,8 que na 3,1 ou 5,0 (P<0,05). A glicemia foi maior nos
peixes alimentados com a relação 7,2 (P<0,05). Além disso, observou-se um
efeito no teor de glicose, no músculo dos tambaquis, sendo menor nos peixes
alimentados com a relação 26,9 (P<0,05). As avaliações na composição
demonstraram que a proteína na carcaça foi menor nos peixes alimentados com a
dieta controle e relação 3.1 (P<0,05). De maneira geral, os ácidos graxos do
fígado refletiram a composição de ácidos graxos da dieta. A relação LA/ALA
afetou o perfil de ácidos graxos e a qualidade nutricional do filé de tambaqui. O
teor de EPA diminuiu com o aumento da relação LA/ALA da dieta. A maior
concentração de ARA, DHA e EPA+DHA, no filé, foi observada nos animais
alimentados com a relação LA/ALA de 5,0 entre aqueles alimentados com óleo
vegetal. Conclui-se que a relação LA/ALA de 5,0 é a melhor para juvenis de
tambaqui, além de não afetar o desempenho ou metabolismo, tal relação melhora
a qualidade nutricional do peixe para a alimentação humana.