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A importância de pequenos elementos da paisagem para a conservação da Mata Atlântica
The importance of small elements of the landscape for the conservation of the Atlantic Forest
Registro en:
SIQUEIRA, F. F. de. A importância de pequenos elementos da paisagem para a
conservação da Mata Atlântica. 2020. 120 p. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal )–Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2020.
Autor
Siqueira, Flávia Freire de
Institución
Resumen
The Atlantic Forest in Minas Gerais, which once occupied about 50% of the
state's territory, is extremely fragmented due to the old anthropic establishment
in the region. Regarding public environmental policies, the most used form of
conservation of the remnants of the Atlantic Forest is the protection and
isolation of areas with high biodiversity (such as Conservation Units - Law
9.985 / 2000, SNUC) and / or isolation the area so the forest could regenerate
naturally or through restoration practices (such as the Permanent Preservation
Areas and Legal Reserves - Law No. 12,651 / 2012, New Forest Code). But the
largest area that was fully occupied by forests is now inserted in agricultural and
productive areas, so it is important to emphasize environmental conservation
without the loss of productive areas. In the agricultural production matrix, there
are small fragments of forests. Few of these fragments have an area greater than
10 hectares, and most are smaller than one hectare. And these fragments may be
linked to a watercourse, that could be or not a Riparian Forest. Besides these
remnants, they are others small elements of the landscape, such as: isolated
trees, tree lines on trenches (long lines of trees (4 meters)) and tree lines on
fences (narrow tree lines (< 2 meters)). In this context, understanding the
importance and the dynamics of small landscape elements -SLEs is critical to the
establishment of strategies for both the conservation and management of
biological diversity in productive areas. The present study addressed these issues
in an unprecedented manner, evaluating the variation of small elements (fences,
trenches, isolated trees, small fragments (< 1 ha) and riparian forest) across the
landscape, as well as accessing their effectiveness in gene flow, and functional
connectivity. As a result, we found the following land - use classes in
landscapes: 62.6% of pasture, 0.5% of water, 3.0% of agriculture, and 0.3% of
eucalyptus plantations. The fragments larger than 1 hectare correspond to
25.9%, and small landscape elements to 7.4% of the studied area. Despite the
small area occupied by these small elements, we see that they provide functional
connectivity for animals; and that they increase the effectiveness of gene flow
for a generalist plant, as they decrease the resistance of the landscape. These
results should be used to support management and conservation strategies for
these elements within the context of activities inherent to rural properties,
allowing the maximization of conservation gains in the context of the economic
use of land, optimizing the sustainable use of rural properties. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) A Mata Atlântica em Minas Gerais, que outrora ocupou cerca de 50% do
território do estado, encontra-se extremamente fragmentada devido a ocupação
antrópica bastante antiga da região. Em esfera de políticas públicas ambientais, a
forma mais utilizada de conservação dos remanescentes de Mata Atlântica é a
proteção e o isolamento de áreas com alta biodiversidade (como por exemplo as
Unidades de Conservação – Lei 9.985/2000, SNUC) e/ou o isolamento da área
para que a floresta se regenere naturalmente ou por meio de práticas de
restauração (como por exemplo as Áreas de Preservação Permanente e as
Reserva Legais - Lei no 12.651/2012, Novo Código Florestal). No entanto, a
maior área que era totalmente ocupada por florestas está inserida em áreas
agrícolas e produtivas, por isso é importante ressaltar a conservação ambiental
sem que haja perda de áreas produtivas. Na matriz de produção agropecuária,
encontra-se pequenos fragmentos florestais. Poucos destes fragmentos possuem
área maior que 10 hectares, e a maioria são menores que um hectare. Estes
fragmentos podem estar associados a um curso de água – Mata Ciliar ou não.
Além desses remanescentes são encontrados os pequenos elementos da
paisagem: árvores isoladas, valos (linhas largas de árvores (quatro metros)) e
cercas (linhas de árvores estreitas (< dois metros)). Neste contexto, entender a
importância e a dinâmica de pequenos elementos da paisagem é fundamental
para o estabelecimento de estratégias visando tanto a conservação como o
manejo da diversidade biológica em áreas de produção. O presente estudo
abordou estes aspectos de forma inédita, avaliando a variação dos pequenos
elementos (cercas, valos, árvores isoladas, pequenos fragmentos (< 1 ha) e mata
ciliar) no espaço, assim como acessando a sua efetividade no fluxo gênico e
conectividade funcional. Como resultados nós encontramos as seguintes classes
de uso do solo nas paisagens: 62,6% de pastagem, 0,5% de água, 3,0% de
agricultura e 0,3% de plantios de eucaliptos. Os fragmentos maiores que um
hectare correspondem à 25,9% e os pequenos elementos da paisagem 7,4% da
área estudada. Apesar de ser pouca área ocupada por esses pequenos elementos,
nós visualizamos que eles fornecem conectividade funcional para os animais; e
que eles aumentam a efetividade de fluxo gênico para uma planta generalista,
pois diminuem a resistência da paisagem. Estes resultados devem ser utilizados
para subsidiar estratégias de manejo e conservação destes elementos dentro do
contexto das atividades inerentes às propriedades rurais, permitindo a
maximização dos ganhos para a conservação no contexto do uso econômico da
terra, otimizando o uso sustentável das propriedades rurais.