DIFICULDADES DE PERMANÊNCIA ENFRENTADAS PELOS ESTUDANTES USUÁRIOS DA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL DO CURSO DE DIREITO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DE MINAS GERAIS
Autor
Aryella de Assis Barros
Institución
Resumen
O curso de Direito é considerado de grande prestígio social, principalmente por ter sido criado na época do Brasil Imperial. Na universidade estudada o curso foi criado a partir do REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), sendo um curso noturno, que pretendia aumentar o acesso ao ensino superior. Estudantes da classe dominada passam a ter acesso ao ensino superior, ambiente que era diretamente ligado à classe dominante, principalmente no curso de Direito. Por isso, tem-se como objetivo de pesquisa entender as dificuldades dos estudantes classificados como em situação de vulnerabilidade socioeconômica, de forma a se entender como foi a inserção da classe dominada no ensino superior. Para isso, fez se uso da pesquisa qualitativa, através de um estudo de caso. O método utilizado na entrevista foi o método bola de neve, em que entrevistados indicam outros. Foram entrevistados estudantes do curso de Direito de uma instituição de ensino superior do Sul de Minas Gerais, buscando entender como a permanência pode ser afetada pelo capital cultural, pela violência simbólica e pela ideia de classe dominada que está atrelada às pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A entrevista abordou aspectos relacionados à reprodução do sistema de ensino, à permanência material e à permanência simbólica. Pode-se perceber que entre os estudantes que não são usuários da assistência estudantil, as dificuldades relatadas estão mais relacionadas com os aspectos da permanência simbólica, enquanto as dificuldades relatadas pelos estudantes usuários da assistência estudantil estão mais relacionadas aos aspectos da permanência material. Por isso, universidade deveria se preocupar em proporcionar uma permanência simbólica de modo a viabilizar uma vivência que faça com que os estudantes se sintam pertencentes e não tão propensos a sofrerem com situações de discriminações, preconceitos, violências, assédios e sofrimentos mentais.